Investir no Tesouro Direto é arriscado?

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Imagem: Brasília, 20/02/2020, Marcos Corrêa/PR

Quando estamos falando de investimentos, também estamos falando de empréstimos.

Em suma, essa é a lógica da renda fixa, nela o investidor está sempre emprestando dinheiro para alguém.

As empresas estão sempre precisando de dinheiro para financiar seus projetos e sua operação, para isso, elas emitem dívida, ou seja, captam dinheiro de outra pessoa.

O governo também precisa pegar dinheiro emprestado. Afinal, ele é responsável por um país, e, uma nação necessita de infraestrutura, como estradas, pontes, hospitais, saneamento básico.

Além disso, é necessário a manutenção dessas estruturas e o pagamento de funcionários públicos, deputados, senadores, ministros e juízes.

Os impostos acabam não sendo suficiente para pagar tudo, logo o governo busca empréstimos através dos títulos públicos.

Títulos Públicos

Os títulos públicos são ativos livre de risco. Eles são vistos assim, pois, emprestar dinheiro para o governo é a forma mais segura de aplicação financeira que existe, já que a probabilidade de um governo quebrar é baixíssima.

Quando você aplica seu dinheiro a uma taxa de juros, você está emprestando-o para alguém, logo, todo investidor também pode ser considerado um credor, semelhante a um banco.

Dessa forma, quando você investe em títulos públicos, você é um credor do governo, pois, está emprestando seu dinheiro para ele e ganhando uma taxa de juros em troca.

Assim como um banco que empresta dinheiro para as pessoas e empresas, lucrando através de taxa de juros, seja sobre empréstimos, financiamentos ou cartão de crédito.

A segurança desses títulos de dívida é embasada na capacidade de criação de dinheiro do governo através do Bacon Central.

Logo, teoricamente é impossível ele te dar calote, se você for credor do governo na moeda que ele emite.

Esse tipo de investimento está inserido na modalidade de renda fixa. Quando estamos falando de investimentos, precisamos ter em mente três conceitos fundamentais.

O primeiro é a rentabilidade, é o que mais olhamos. O segundo seria o risco, geralmente ignorando pela maioria, e o terceiro seria o prazo.

Os investimentos de renda fixa costumam ter uma rentabilidade previsível, riscos baixos e prazos variados.

Ademais, existe duas formas de investir em títulos públicos. Uma pela plataforma do governo chamada Tesouro Direto e outra por um fundos de investimento.

Dessa maneira, para as duas formas é necessário ter uma conta em uma corretora. Ao todo, são três títulos que você tem para escolher.

Tesouro Selic ou Letra Financeira do Tesouro (LFT)

O Tesouro SELIC é o mais conhecido. Sendo semelhante a poupança, mas com três diferenças.

A primeira seria a rentabilidade, sendo maior nesse título em comparação com a poupança e é indexada (associado) as variações da taxa de juros SELIC, sendo um investimento com rendimento pós-fixado.

A segunda seria a incidência de imposto, sendo a poupança isenta, enquanto o Tesouro Selic é cobrado a tabela de imposto regressiva.

Ou seja, quanto mais tempo você deixar seu dinheiro, menos imposto você paga. E, a terceira seria o lugar para onde seu dinheiro vai, ou seja, para quem ele é emprestado.

Na poupança, o dinheiro é usado no setor imobiliário, no caso do Tesouro Selic, o dinheiro, é usado pelo governo.

Esse título de dívida pública, é indicado pelo próprio Tesouro Nacional para objetivos de curto prazo.

Como construir uma reserva de emergência ou planejar uma viagem. Logo são títulos com prazos curtos, rentabilidade mediana, geralmente acima da inflação.

 E, maior que a poupança, e com risco baixíssimo, sendo considerado pelo mercado, até como um investimento livre de risco dentro do nosso país.

Tesouro Prefixado ou Letra do Tesouro Nacional (LTN)

O Tesouro Prefixado é o meu título favorito, depois explicou o motivo. É um título público com uma taxa prefixado, ou seja, sua rentabilidade é fixa, diferente do Tesouro Selic que tem uma rentabilidade pós-fixada.

Logo, ao investir em uma LTN, você sabe exatamente quanto vai receber no resgate do investimento.

O prazo geralmente é maior do que o Tesouro Selic e considero um investimento mais arriscado por ser mais sensível a marcação a mercado das taxas de juros e é por isso que gosto mais dele.

Nessa lógica, com a marcação a mercado é possível especular e conseguir rentabilidade maiores.

No entanto, se você pretende segurar até o vencimento do título, a marcação a mercado é irrelevante, pois, seu retorno está garantido.

Portanto, o Tesouro Prefixado só fica arriscado para quem não segurar até o vencimento, caso contrário, é tão seguro quanto uma LFT.

O site do Tesouro Direto recomenda esse título para objetivos de médio prazo, como comprar um carro.

Tesouro IPCA ou Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B principal)

O tesouro IPCA é um título híbrido, tendo uma taxa pós fixada e outra prefixada no momento da aplicação.

Dessa forma, você só vai conhecer a rentabilidade do investimento após o vencimento. Isso acontece por consequência da taxa pós-fixada.

Sendo ela o IPCA, que é considerado o índice de inflação oficial do Brasil, esse índice é divulgado mensalmente após o decorrer do mês pelo IBGE, ou seja, o IPCA de janeiro é divulgado em fevereiro e assim sucessivamente.

Com isso, você só vai ter conhecimento do rendimento desse título após acontecer o prazo, por isso é uma taxa “pós”.

Desta maneira, após o período do investimento é possível somar o IPCA ocorrido no período com a taxa prefixada no momento da aplicação.

Por causa disso ele acaba sendo um título mais difícil de compreender, mas é tão seguro quanto os outros, caso você segurar o investimento até o vencimento.

Caso contrário, ele também sofre os efeitos da marcação a mercado. Logo, se você pensar em vender antes do vencimento, ele se torna tão arriscado quanto um prefixado.

Esse título de dívida é preferido pela maioria dos investidores pessoa física, pois ele garante um rendimento acima do IPCA, esse rendimento acima da inflação é chamado de “rendimento real”.

O prazo desse investimento é maior do que o prefixado, sendo indicado pelo Tesouro Nacional para aposentadoria.

Conclusão

Por fim, respondendo à pergunta, emprestar dinheiro para o governo brasileiro é o investimento menos arriscado do Brasil.

Sendo considerado até como um investimento livre de risco. Mas, atenção, isso é valido para investidores que seguram suas aplicações até o vencimento do título.

Caso você queira resgatar antes, ou seja, vender seus títulos, você estará sujeito ao risco de mercado, sendo a causa desse risco, a marcação a mercado.

Para compreender a marcação a mercado, é válido um artigo só para esse assunto.

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