Como funciona a economia do Brasil

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Economia é um assunto essencial, mas desvalorizado por grande parte das pessoas. Sua vida é impactada diretamente todos os dias, por eventos econômicos.

Nessa lógica, não seria essencial entender minimamente o que é economia? Além disso, não seria essencial compreender o funcionamento da economia do seu país?

Portanto, é exatamente sobre isso que esse artigo se trata. A economia brasileira funciona a parti de três pilares, fiscal, monetário e cambial.

Ademais, em comparação aos outros países, o Brasil é considerado instável e arriscado.

Isso, porque temos diversos problemas históricos que ainda não foram resolvidos. E, tivemos outras questões que foram “resolvidas” recentemente.

Por exemplo, um problema que tivemos, mas, por enquanto está “resolvido” (controlado), é a inflação.

A história do Brasil está repleta de problemas inflacionários. A inflação destrói a base de funcionamento da economia, o dinheiro.

A inflação faz seu dinheiro valer menos, caso ela não for controlada, com o tempo seu dinheiro não tem capacidade de comprar mais nada.

Nesse cenário, não é à toa que ao longo da história do Brasil, tivemos por volta de 9 moedas diferentes.

Em contrapartida, um outro problema econômico que tivemos e ainda temos, é o gastos ineficiente.

Dessa maneira, provavelmente, o país não é o único a sofrer com esse problema, sua população o acompanha nesse quesito, segundo as estatísticas.

Para onde vão os impostos gerados na economia?

Quando estamos falando de gastos e receitas (Impostos) em finanças públicas, estamos falando de política fiscal ou política de orçamento.

O conceito de orçamento é simples, não tem muito segredo, serve para uma pessoa com salários (receitas) e seus gastos.

Além de servir para uma empresa com sua receita de vendas e seus gastos (despesas e custos). Dessa maneira, também serve para uma país.

E a conta é fácil, não concorda? Receita – gasto = Lucro / Prejuízo, certo? O objetivo é não gerar prejuízos frequentes para não quebrar.

Dessa forma, um país que gerar “lucros” na sua política fiscal, é considerado uma país superavitário.

Caso ele gere prejuízo, é considerado deficitário. Logo, abaixo apresento o fluxo de receita e gastos do orçamento do governo federal do Brasil no ano de 2018.

Essa imagem é disponibilizada pela Secretária do Tesouro Nacional, órgão responsável por controlar a arrecadação (receita) e gastos públicos.

Fluxo de receitas e despesas do governo do Brasil
Imagem : Tesouro Transparente

Interpretando a imagem, podemos observar que as contribuições (INSS), impostos e emissão de títulos (dívida), são as entradas de dinheiro (receitas) mais relevantes do Estado.

Por outro lado, gastos previdenciários, saúde, pagamento de dívida e juros, são as saídas de dinheiro (gastos), mais relevantes.

Nesse cenário, podemos verificar que aproximada 50 % do que entra de dinheiro é originado de terceiros, ou seja, é dívida.

Essa dívida é usada primordialmente para pagar outras dívidas. Além de cobrir gastos previdenciários, sociais, administrativos e educacionais.

Gastos do governo do Brasil
Fonte.: Tesouro Transparente | Imagem: Consciência de Investidor

Nessa tabela, podemos constatar com mais precisão os gastos da União. Porque a política fiscal (orçamento) é tão importante para economia?

O Estado é o player mais importante da economia, ele decide as regras e tem o poder de influenciar qualquer setor.

Em resumo, ele é encarregado de redistribuir os recursos da sociedade, e a política fiscal é o principal meio do governo executar isso.

Como o dinheiro circula na economia?

Diferente da política fiscal que está relacionada com o orçamento, o segundo pilar do funcionamento da economia está associado ao controle da quantidade do dinheiro em circulação.

A quantidade de dinheiro na economia está relacionada diretamente com a inflação e com os juros, por questões de oferta e demanda. Esses elementos são trabalhados na política monetária.

Geralmente, quanto mais dinheiro em circulação, maior será a inflação. E, para controlar a quantidade de dinheiro em circulação é usado os juros.

Sendo ele (juros) definido pelo Banco Central do Brasil (BCB). No artigo “Como a taxa de juros Selic influência a economia do Brasil?” detalho mais sobre o papel dos juros em uma economia.

Portanto, não serei repetitivo, entrarei em outro conceito relevante para a política monetário.

Uma outra forma de controla a circulação de dinheiro na economia, é através dos bancos comerciais, como Itaú, Bradesco, Santander e outros.

Esses bancos são capazes de criar dinheiro através do crédito. Por exemplo, vamos supor que João Rico foi ao banco X e depositou R$ 100 mil.

Criando dinheiro do nada

Por outro lado, Pedro precisa construir sua casa, mas não possui dinheiro nenhum para comprar materiais.

Nessas circunstâncias, Pedro pensa em ir ao banco X para solicitar um empréstimo de R$ 100 mil.

Dessa forma, o banco X, empresta os R$ 100 mil do João Rico para o Pedro. Logo, Pedro saca esse dinheiro e deposita no Banco Y.

Veja bem, depois desse processo, a economia está com duzentos mil reais em circulação, mas na verdade, só existem 100 mil, os outros cem, é crédito bancário.

Nesse cenário, o Banco Y também pode emprestar esses R$ 100 mil reais para outra pessoa, os cem mil iniciais de João Rico vão se multiplicando indiscriminadamente, sem limites.

Nesse exemplo, poderia acontecer de 10 pessoas estarem gastando 1 milhões de reais na economia.

Mas na verdade, apenas 100 mil reais são dinheiro de verdade, os 900 mil reais são crédito concedidos por bancos distintos.

Para resolver esse problema e controlar a quantidade de dinheiro e crédito na economia, o Banco Central obrigado os bancos comerciais a depositarem uma parte do dinheiro que eles recebem dos clientes.

Isso é chamado de “depósito compulsório”, sendo ele um instrumento de política monetária semelhante aos juros.

Como dito na introdução desse artigo, a economia brasileira teve diversos problemas com inflação.

E, com a política monetária temos um método para lidar com esse fenômeno econômico prejudicial a qualquer pessoa e país.

O último pilar está intimamente ligado aos outros dois. A troca de bens e serviços (comercio) é algo extremamente essencial para a prosperidade de um determinado povo.

Política Cambial

Isso é um fato, porque nenhum país tem todos os recursos do mundo. Por exemplo, a Arabia Saudita é mais “difícil” nascer e crescer frutas e alimentos.

Afinal, grande parte do país é deserto. Logo, ela pode comercializar com outros países para comprar frutas e outros alimentos.

Por consequência disso, foi questão de tempo até o comercio se desenvolver em níveis mundiais, pois, é vantajoso para muitos países a alternativa de comercializar.

Nesse cenário, para o país A aceitar fazer trocas/comercio com o país B, teoricamente, é necessário estabelecer regras que sejam vantajosas para ambas as partes.

E, uma política cambial (trocas) contribui positivamente para esse contexto. Atualmente, a palavra câmbio é sinônimo de preço de uma moeda em relação a outra moeda.

Como por exemplo, o preço do dólar em relação ao real. No dia que estou escrevendo esse artigo o preço de U$D 1 dólar em relação ao real é R$ 4,82 reais.

Mas, na verdade, a palavra câmbio deriva do latim e tem o significado de “permutar” /“trocar”.

Estou introduzindo o assunto dessa forma, para mostrar que a política cambial é um assunto mais simples do que parece e está diretamente ligada ao comercio entre países.

Portanto, a política cambial é um conjunto de medidas que define a taxa de câmbio. Além de definir as relações comerciais, essa taxa também define as relações financeiras com outros países.

Com isso, ela estará intimamente conectada com os juros e inflação (política monetária) e os com orçamento do país (política fiscal).

Já que para comprar produtos de outros países ou até mesmo solicitar empréstimos, um determinado país precisa ter um orçamento equilibrado e saudável.

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