Como fazer uma análise financeira de um negócio?

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Um dos maiores investidores e empresário de todos os tempos, Warren Buffet disse que a “contabilidade é a língua dos negócios”.

Acredito que o bilionário não está errado, através dela, podemos saber diversas informações da empresa, sem trabalhar nela.

Como por exemplo, informações sobre dívida, lucro, patrimônio, faturamento, geração de caixa, e despesas.

Assim como as pessoas físicas têm seu imposto de renda (IR), as empresas possuem suas demonstrações financeiras.

No IR, pode ser declarado os bens do indivíduo, como carro, casa, apartamento, investimentos, e as despesas com saúde e educação.  

As demonstrações financeiras, seguem a mesma lógica. Entretanto, temos que destacar que uma pessoa jurídica (PJ), ou seja, uma empresa, é uma entidade mais complexa que uma pessoa física (PF).

Uma PJ, dependendo da sua atividade, pode ter diversas fabricas, diversos carros, e escritórios. Além disso, tem funcionários, fornecedores, clientes, e, empresas lidam com quantidade de dinheiro muito maior.

O que são demonstrações financeiras?

Com isso, para elaborar e analisar a demonstração financeira de uma empresa, foi necessário o desenvolvimento de uma ciência específica para isso.

A ciência contábil ou contabilidade, é a responsável por elaborar as demonstrações financeiras.

Esse documento, é um conjunto do Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e outros documentos financeiros.

Dessa forma, caso você quer ser um empreendedor (a) ou um investidor (a) independente, no mínimo, é essencial conhecer o BP, DRE e a DFC.

Através desses três documentos contábeis é possível adquirir informações do que está acontecendo com determinada empresa.

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O balanço patrimonial é dividido entre Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.

No lado do Ativo são registrados os bens de uma empresa, como mercadoria (estoque), máquinas, equipamentos, prédios, fabricas, investimentos, marcas e caixa.

No Passivo estão os empréstimos e financiamento captados, fornecedores a serem pagos, e salários. Já no patrimônio líquido, é onde está o dinheiro do dono e os lucros da companhia.

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

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O próximo documento contábil que eu acho essencial conhecer, é a DRE.

Enquanto, no balanço temos uma visão geral da empresa, na demonstração de resultados, temos as despesas, custos, faturamento (receita), lucros e impostos, mais detalhados.

Através desses valores fictícios da ilustração acima fica mais fácil compreender a finalidade desse relatório.

Basicamente podemos ter uma ideia para onde está indo todo o dinheiro adquirido nas vendas (faturamento) da empresa.

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

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Na sequência, temos o fluxo de caixa, esse relatório apresenta as entradas e saídas da empresa em períodos curtos, geralmente, 1 mês.

Esse relatório é simples de compreender, já que a ideia dele, é somar todas as entradas e saídas, e verificar o quanto sobra no período.

Com ele, podemos analisar a gestão financeira da empresa em períodos curtos, e responder perguntas como, quanto de dinheiro entra e sai por período?

Para onde essa quantia vai? E de onde essa quantia vem? Sobra dinheiro? A empresa está conseguindo honrar suas obrigações imediatas?

Como fazer uma análise financeira do balanço?

O Balanço Patrimonial é o principal relatório financeiro de uma empresa. As outras demonstrações financeiras são um complemento e detalham partes especificas dele.

Como por exemplo, o DRE, que esclarece como a empresa teve lucro/prejuízo, informação que está presente no campo do patrimônio líquido.

O DFC, demonstra como a empresa está gerando dinheiro e gastando dinheiro, dados que estão no lado do ativo.

Além de conhecer o balanço e seus campos, é essencial saber interpretar o documento, e para isso existem os indicadores financeiros.

Dessa forma, só olhando os valores fica difícil ter noção da saúde financeira da companhia, e os indicadores facilitam essa interpretação,

Assim sendo, através de alguns, já podemos tirar diversas conclusões sobre o balanço de determinada empresa.

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Nessa lógica, temos indicadores de rentabilidade, endividamento, eficiência operacional, liquidez, crescimento e valuation.

E dentro de cada categoria dessa, existe diversos indicadores, na categoria de rentabilidade, temos o ROE, ROA, ROIC, Margem liquida, giro do ativo.

Análise financeira do Retorno sobre Patrimônio Líquido

Mas vou usar apenas um como exemplo, o ROE (Return On Equity) ou Retorno sobre Patrimônio Líquido, o seu nome é até autoexplicativo.

Logo, ele demonstra o quanto de retorno o negócio gerou sobre o próprio capital da empresa. O capital social é o investimento inicial dos sócios.

Portanto, podemos interpretar que esse indicador mostra o quanto de retorno os sócios tiveram do seu investimento na empresa.

O resultado é 0,2393, ao multiplicar por 100, esse número pode ser interpretado como 23,93 %, esse seria o retorno sobre o patrimônio líquido.

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Análise financeira do endividamento

Outra questão financeira essencial, é o nível de endividamento, um ponto que também podemos analisar pelo balanço.

Assim como na categoria de rentabilidade, aqui também tem vários indicadores, e um deles é dividindo a dívida bruta (empréstimos de curto e longo prazo) pelo Patrimônio Líquido.

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Com o resultado, sei o quanto de dinheiro emprestado tenho em relação ao meu capital próprio.

Basicamente, tomo ciência se a empresa está se pagando ou ela precisa de empréstimo para financiar suas atividades.

Nesse exemplo, o resultado é 2,28, isso significa que a empresa está pegando mais que o dobro de dinheiro com o banco em comparação ao patrimônio líquido que ela tem, ou seja, ela precisa de “ajuda” para continuar em atividade.

Conclusão

Lembrando que o “passivo circulante” contém obrigações com terceiros no curto prazo e passivo não circulantes contem obrigações com terceiros no longo prazo.

Por outro lado, o patrimônio Líquido também é uma espécie de obrigação, mas com os sócios/donos da empresa. No lado do ativo é a mesma lógica, mas ao contrário.

O “ativo circulante” contém os bens e direitos da empresa no curto prazo, enquanto o “ativo não circulante” contém os bens e direitos da empresa no longo prazo.

O passivo total e o ativo total, sempre são iguais, nesse exemplo são 260.732. Uma última dica, estou usando apenas duas categorias e dois indicadores de cada, porque esse artigo é um exemplo.

Em uma análise de balanço, o ideal é usar vários, existem muitos indicadores na categoria de endividamento, rentabilidade, eficiência operacional, liquidez, crescimento e valuation.

Dessa forma, jamais tome uma decisão financeira baseado em apenas um único dado, sempre use o máximo de informação que puder, isso não é válido só para a análise de balanço, é válido para qualquer aspecto da vida.

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