A noção de futuro é recente na história humana, diversos sociólogos, historiadores e economistas especulam quando o ser humano passou a ficar preocupado com o futuro.
Dessa forma, alguns especialistas teorizam que nós passamos a pensar mais no futuro, por volta dos séculos XVI (1500) e XVII (1600).
Nesse período, foi constituído muitas características do nosso sistema econômico atual, o capitalismo.
Logo, alguma dessas características, são o comercio internacional, o lucro, e o trabalho assalariado, esses fatores são mais evidentes na Europa.
Antes do capitalismo, havia outros sistemas econômicos, como por exemplo o feudalismo, que é abordado (de forma rasa) nas series atuais, como Vikings e Game Of Thrones.
No feudalismo, não havia trabalho assalariado, e os servos trabalhavam apenas para a sua subsistência e dos seus senhores.
Mas os servos, não eram escravos, pois, escravos podiam ser vendidos como mercadoria. Além disso, o sistema feudal é marcado por pouco comercio, e pela intensa influência do Cristianismo.
Com a ascensão da importância do comercio, uma nova ordem econômica começou a surgir. A igreja, os nobres e a realeza começaram a perder influência e poder para os comerciantes (burgueses).
E, o cristianismo achou formas de fazer parte desse novo poder emergente. Antes, para a igreja, lucrar era pecado.
Mas, como essa ideia vai contra os interesses dos comerciantes que passaram a ser figuras importantes.
Uma parcela da igreja passou a tolerar essas práticas, por isso e por diversos outros motivos, ela acabou se fragmentando.
O papel da religião na economia
Nesse período, na Europa ocorreu a Reforma Protestante, iniciado por Martinho Lutero que dividiu a igreja católica no período.
Mas, também ocorreu diversas outras divisões, por motivos distintos, um bom exemplo foi a criação da Igreja Anglicana na Inglaterra, existem diversos filmes e livros sobre esse evento.
Por consequência disso, surge uma nova ramificação dentro da Igreja Anglicana. O puritanismo surgiu como uma consequência da implantação do protestantismo na Inglaterra, após a ruptura com a Igreja Católica.
Essa doutrina, é bastante destacada pelo Sociólogo Alemão Max Weber, em sua obra “A ética Protestante e o “espírito” do capitalismo.
Max é considerado um dos principais pensadores da sociologia e desenvolveu diversas teorias e escreveu diversas obras sobre a sociedade em que vivemos.
Nesse contexto, Max Weber, aponta características do Puritanismo que foram essenciais para o desenvolvimento do capitalismo vigente em nossa sociedade até os dias atuais.
Assim sendo, duas ordens práticas de conduta da doutrina puritana é (I) servir a Deus e (II) trabalhar continuamente para aumentar a autoconfiança com aprovação da verdade da fé no fruto do trabalho
Essa segunda doutrina, se encaixa perfeitamente na mecânica de trabalho ascético, acumulação e reinvestimento que são os fundamentos do capitalismo.
Mas, acredito que você deve estar se perguntando, “o que é trabalho ascético?”. Por acaso, você já se escutou a frase ““o trabalho dignifica o homem”.
Essa frase, resume bem a ideia de trabalho ascético, é como se o trabalhar fosse uma forma de desenvolvimento espiritual dentro da lógica puritana.
De acordo com Weber o puritanismo está baseado na racionalização ética rigorosamente fundada na Salvação pós vida.
O surgimento da noção de futuro
Ou seja, o foco do ser humano na lógica puritana não está nessa vida. Em resumo, o foco dele deveria estar em trabalhar mais e produzir mais, logo, mais puro ele será.
Você compreende o impacto desse princípio? Seguindo essas normas, as pessoas passam a poupar mais, investir mais e a pensar mais no futuro, que para eles seriam os pós vida.
A consequência disso é acumulação de capital (investimentos). No século XV, os puritanos foram perseguidos e mortos pela Igreja Anglicana.
Por causa disso, eles foram forçados a fugir da Inglaterra, e adivinha onde eles fundaram uma nova nação?
No país considerado a nação mais capitalista do planeta, os Estados Unidos da América. Veja bem, não quero dizer que a lógica puritana faz sentido, ou se ela é boa ou ruim.
Com isso, quero apenas demonstrar como essa doutrina, gerou consequências reais sobre como vivemos, a economia e sobre como pensamos sobre o futuro.
Entretanto, mesmo com todo esse embasamento, sociológico e religioso, acredito que a noção de futuro e de acumulação de recursos (dinheiro, patrimônio etc.), não é originária desse período.
Um outro livro, que fala brevemente sobre a noção de futuro, é Sapiens de Yuval Noah Harari, essa obra já foi uma das mais vendidas no mundo.
No Capítulo 6 de Sapiens, no tópico “A chegada do Futura” (pag 141). Yuval, está discorrendo sobre a transação do nomadismo para o sedentarismo.
Essa transação ocorreu devido a revolução agrícola que foi quando os caçadores coletores começam a dominar o trigo e seu cultivo.
Com isso, eles não precisavam mais ficar migrando para procurar alimentos, largando, gradualmente, o estilo de vida nômade pelo estilo de vida de um fazendeiro (sedentário).
A revolução Agrícola tornou o futuro muito mais importante
Segundo o historiador Yuval Noah, os agricultores sempre precisam ter o futuro em mente e trabalhar em função dele.
A economia agrícola se baseava em um ciclo sazonal de produção, compreendendo longos meses de cultivo, seguidos de breves períodos de colheita.
Na noite, após o fim de uma colheita farta, os camponeses podiam celebrar, mas dali a uma semana estavam novamente se levantando de manhã para trabalhar no campo.
Embora houvesse comida suficiente para o dia seguinte, a semana seguinte e até mesmo o mês seguinte.
Eles precisavam se preocupar com os anos seguintes. A preocupação com o futuro tinha origem não só nos ciclos sazonais de produção.
Como também na incerteza fundamental da agricultura, do clima e expostos a outros riscos, como pestes.
Os camponeses eram obrigados a produzir mais do que consumiam para que pudessem acumular reservas de alimentos.
É exatamente esse conceito de “acumulação” que é central para esse artigo, a noção de futuro está intimamente associado com o ato de acumular recursos e de como acumular.
Nesse caso, quando uso a palavra recursos, me refiro tudo aquilo que é essencial para seres humanos, no mínimo sobreviverem, ou seja, alimentos e água.
Mas, no contexto do puritanismo, recursos está associado a dinheiro, e esse dinheiro é acumulado, porque, gastá-lo com objetos supérfluo pode não trazer a salvação.
Por outro lado, reinvesti-lo no seu trabalho, isso sim é nobre e digno de salvação.
Com isso tudo, não sei se estou sendo claro, mas quero demonstrar que pensar no futuro, não é algo natural para nós Sapiens (humanos).
Qual seria o futuro de um ser humano no século XXI?
A revolução Agrícola ocorreu por volta de 12 mil anos atrás, o puritanismo surgiu a mais ou menos 500 anos atrás.
E de acordo com livro Sapiens de Yuval Noah Harari, os seres humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás.
Portanto, considerando toda o tempo de nossa existência como espécie, começamos a pensar no futuro aproximadamente a 0,5 % desse tempo de existência.
Ou seja, 99,5 % do tempo de existência da nossa espécie, não era necessário se preocupar com o futuro, apenas com o presente.
Logo, podemos concluir que pensar na aposentaria ou em acidentes imprevistos, não é algo natural para nós e precisamos de um esforço extra para isso.
Nesse cenário, sabemos que o agricultor a 10 mil anos atrás tinha que se planejar para o futuro, porque poderia morrer de fome. Mas e o ser humano atual, por que ele precisa se planejar para o futuro?
Afinal, atualmente, somos abundantes em alimentos, apesar dá má distribuição dele, que gera desperdício por um lado e fome por outro.
Essa abundância, permite o desenvolvimento de tecnologias que proporcionam o aumento da expectativa de vida.
Esse cenário, relativamente “confortável” leva a maioria das pessoas, a subestimar a importância do futuro.
O aumento da qualidade de vida
Mas esse pensamento, é o pior pensamento que uma pessoa por ter, já que atualmente temos mais oportunidades de melhorar nossa vida.
Mesmo que essa melhora, venha através de sacrifícios de lazer e curtição. Na imagem abaixo, apresento o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cincos países.
Nessa análise, obtive os IDH´s de Brasil (América do Sul), China (Ásia), Angola (África) e Alemanha (Europa), cada país está localizado em um continente diferente.
Nesse sentido, o que é o IDH? O que ele significa? Esse índice compara indicadores de países nos aspectos de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros.
O objetivo do IDH é avaliar o bem-estar de uma população e quanto mais perto de 1, melhor é o IDH desse país.
Ao observar os gráficos, podemos concluir que desde 1990, o IDH desses países vem se elevando.
Veja bem, a Alemanha é considerada país rico, com IDH maior que 0,8 desde 1990, mesmo assim, o índice dela aumentou.
Por outro lado, países como China, Brasil e Angola, considerados países pobres, tiveram uma grande elevação no seu IDH.
Portanto, podemos concluir que, o bem-estar no geral, está aumentando, e as pessoas nesses países estão vivendo melhor hoje, do que a 20, 30 anos atrás.
Ou seja, por mais que a vida parece difícil para muitas pessoas, na verdade, no geral, a vida está ficando menos difícil.
Além disso, a tendência é que as coisas melhorem, com a evolução da tecnologia e da medicina.
O aumento da expectativa de vida
Um outro indicar de qualidade de vida que está embutido no cálculo do IDH é o índice de aumento da expectativa de vida.
Entretanto, achei importante destacar esse indicar isoladamente, porque ele está intimamente associado ao assunto central desse artigo, “o futuro”.
Acredito que não preciso explicar esse indicador, porque seu nome é intuitivo, e deixa explicito que está indicando que estamos vivendo mais tempo.
Nesse cenário, tanto países subdesenvolvidos, quantos países desenvolvidos, demonstram aumento na expectativa de vida.
E, como já dito, isso é consequência da evolução da medicina e da tecnologia. Até países localizados em continentes extremamente pobres.
Como a Angola, que fica na África, tem se beneficente em certa medida da tecnologia e da medicina.
Com isso, respondendo à pergunta do tópico. “Qual seria o futuro de um ser humano no século XXI?”
Seria planejar a aposentadoria, é importantíssimo ter isso em sua mente, quanto mais cedo você ter consciência disso, mais fácil será lidar com esse FATO.
É um fato o que estou escrevendo, não é opinião, e nem achismo, é um fato. Seja um puritano, do século XVII.
Seja um agricultor a 12 mil anos atrás, ou, seja você, eu e as pessoas do século XXI, estamos “condenados” a pensar no futuro e planejar o futuro.
Sendo assim, as chances de você morrer amanhã, são muito baixas e você precisa pensar no seu futuro daqui 10, 20 anos.
Mas, preciso destacar que, isso não significa que precisamos deixar de aproveitar o presente.
Desse jeito, infelizmente, algumas pessoas acham que só porque elas precisam se preocupar com o futuro, elas vão precisar deixar de aproveitar o presente, e, isso é mentira.
A verdade é que precisamos assumir a responsabilidade dos dois, do presente e do futuro.
Como começar a se planejar para o futuro?
O primeiro passo é buscar educação financeira para aprender a lidar com o dinheiro. A melhor forma de fazer isso é buscando informação sobre o assunto.
Se você chegou até aqui, já está dando o primeiro passo, dessa forma, indico mais outro artigo, que é o complemento perfeito desse.
O artigo “Por que investir seu dinheiro para aposentadoria?”, entra mais a fundo nas consequências do aumento da expectativa de vida.
Nesse outro artigo, é detalhado, porque o INSS não vai cuidar do seu futuro e da sua aposentadoria.
Além disso, ele também entra no conceito de inflação, e apresenta dados sobre como ela te deixa mais pobre com o passar do tempo.
Outra coisa, não precisa se limitar aos meus artigos, busque outras referências, livros e sites sobre o assunto.
O segundo passo, é aumentar sua renda e desenvolver habilidade indispensáveis para as pessoas, não podemos nos dar o privilégio de acomodação nos dias de hoje.
A sociedade está evoluindo em uma velocidade absurda, e caso você não encontre formas distintas de ganha dinheiro, bem provável que terá muitas dificuldades na vida.
Investir, é uma prioridade para ontem!
E a última dica seria, desenvolva o hábito de investir, nem que seja 10 reais por mês, invista! Isso pode transformar sua mentalidade.
Você que está lendo, pode estar se perguntando, quanto ganharei se investir 100 reais por 1 ano, ganhando 1% de juros no mês.
A resposta é, 68 reais, mas pensa comigo, se você guarda 100 reais todos os meses, por 1 ano, você terá 1200 reais.
Por outro lado, se você investir 100 reais todos os meses, por 1 ano, você terá 1268 reais, a diferença entre guarda e investir nesse exemplo é 68 reais.
Você pode achar que é pouco, e você não está errado, é pouco mesmo. No entanto, é melhor que só guarda dinheiro, não acha?
Pensa comigo, se você não guarda, você terá ZERO reais de dinheiro, se você guarda 100 reais durante 1 ano, você terá 1200, e se você investir 100 reais durante 1 ano, você terá 1268.
É simples, 1268 é melhor que 1200 que é melhor que ZERO, não acha? Portanto, se é melhor, por que não fazer isso sempre?
Porque não fazer isso até os 40 ou 50 anos? Você não vai ter mais dinheiro sempre? De qualquer forma, se você investir, você vai estar melhor amanhã, do que hoje, certo?
Nessa lógica, por que não investir? Você só tem a ganhar. Você acha um investimento conservador pagando até mais de 1 % ao mês nos dias de hoje.
Logo, ao em vez de investir somente um ano, vamos supor que você investiu R$ 100 por 30 anos. Nesse caso, ao final do período você terá R$ 350 mil.
Caso você tivesse apenas, e, somente só guardado esse dinheiro durante 30 anos, você teria reais 36 mil.
Por onde começar a investir?
Os 314 mil de diferença é por causa dos juros compostos, mas com certeza, você deve estar pensado:
“Pô vou ter que esperar 30 anos para ter esse dinheiro? Prefiro gastar esses 100 reais com algo que vai me deixar feliz hoje”
Quem fala isso, esquece que o INSS pega por volta de 80 reais do salário dele, para pagar a aposentadoria de outra pessoa.
Sendo provável, que daqui a 30 ou 40 anos, não tenha mais pessoas para o INSS fazer isso, porque elas estão tendo menos filho.
Ou seja, menos pessoas nascendo, é igual a menos pessoas trabalhando. Ressalto, mais uma vez, que isso é um fato, não é hipótese e nem opinião.
Países como Japão, Alemanha e Itália, estão aí para provar isso. Entretanto, esses países têm uma quantidade maior de pessoas que poupam e investem.
Diferente do Brasil, nesse caso, por onde alguém deve começar a investir? A melhor porta de entrada para um iniciante é o Tesouro Direto.
Ele é mais seguro que a poupança e mais rentável também, investir nele é simples e rápido.
Caso queira abrir uma conta, pode abrir pelo celular, sem sair de casa, a abertura de conta é super-rápida, demora cerca de 48 horas.
Artigos sobre o Tesouro Direto
E, você poderá me solicitar auxílio pelo Instagram ou por e-mail, para tirar dúvidas sobre a plataforma e sobre os investimentos que possuem nela.
Por fim, caso queira aprender mais sobre o Tesouro Direto, sugiro dois artigos, “Investidor no Tesouro Direto é arriscado?” e “Diferença entre investimentos pós-fixados e prefixados”.
Esses dois artigos, trazem exemplos de como os títulos de dívidas do Tesouro Direto funcionam.
Além disso, também comento sobre as características dos principais títulos públicos, a melhor forma de você começar é através de títulos públicos que são investimentos da modalidade de renda fixa.
Outra dica também, é acesse o site oficial do Tesouro Direto, nele a diversas informações sobre investimentos.