O que é inflação e por que ela acontece?

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Entre 1980 e 1990, período conhecido como década perdida, o Brasil trocou de moeda quadro vezes.

E, a principal causa, foi a inflação. Esse período não foi negativo somente para o Brasil, diversos países da América Latina estavam passando por dificuldade semelhante.

Nesse cenário, o principal motivo que deixou o Brasil e toda a América Latina em crise econômica, foram os choques de petróleo que ocorreram na década anterior e o aumento de juros nos Estados Unidos.

O petróleo é uma das principais fontes de energia da sociedade atual sendo usado para uma infinidade de coisas, como gasolina e plástico.

Assim sendo, essa fonte de energia tem influência em toda a cadeia de produção.  Logo, quando seu preço varia, seja para baixo ou para cima, o preço de quase todas as coisas tende a ser afetado também.

Portanto, o petróleo tem a capacidade de gerar a inflação de custos. Um bom exemplo sobre inflação de custo, seria o leite, quando ele está caro, seus derivados, como manteiga, queijo e doces, tendem a subir de preço.

E, no caso do petróleo, o principal derivado seria a gasolina, e esse combustível encarece todo o setor de transporte.

Hoje, tudo depende de transporte na economia. Por isso, o petróleo é tão essencial e seu preço influência a economia de todo o planeta.

Com o choque de petróleo de 1979, uma crise inflacionaria era inevitável, esses choques de petróleos já aconteceram diversas vezes.

Geralmente, é uma desorganização da produção de petróleo no oriente médio, por causa de crises políticas nessa região. Uma das consequências acaba sendo a elevação abrupta no preço do petróleo.

Inflação alta é igual a juros altos

Nesse contexto, muitos países começaram a aumentar os juros, se você leu meu artigo sobre “O que é a taxa de juros SELIC e como ela influência a economia?”.

Você sabe que os juros são uma ferramenta usada para controlar a inflação. Entretanto, isso foi péssimo para o Brasil.

 A principal economia daquele período, era os EUA, e o Brasil estava extremamente endividado com os norte-americanos.

Com isso, a alta dos juros nos Estados Unidos, também gerou a explosão da dívida externa brasileira.

Nessa situação, além de ter uma dívida enorme, tanto externa, quanto interna, o Brasil ainda tinha uma crise inflacionaria de custos causada pelos choques de petróleo.

Logo, foi constituído o cenário perfeito para uma hiperinflação. A inflação é definida como o aumento geral de preços e a perda do valor da moeda.

Porque é exatamente esses dois fenômenos que acontecem simultaneamente, na maioria das vezes.

Além disso, existem vários tipos de inflação, uma você já conhece, pois foi citada acima, sendo ela a inflação de custos.

No entanto, o tipo de inflação que acredito ser melhor de compreender e a inflação por emissão de moeda.

Na economia a quantidade de dinheiro precisa ser proporcional a quantidade de produtos (Bens de consumo no geral, tanto alimentos, roupas, carros, quantos serviços).

Nessa lógica, o governo brasileiro desse período perdeu completamente essa proporção de dinheiro na economia, e a consequência está ilustrada no gráfico abaixo.

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Fonte.: IBGE | Imagem: Consciência de Investidor

Deflação, a inflação negativa

Se tiver mais produtos e serviços do que dinheiro circulando, os preços dos produtos acabam sendo baixos.

Nesse cenário, os preços são menores porque há um excesso de oferta de produtos e serviços, quando um bem é abundante na economia.

Esse bem, tende a ter pouco valor, porque é fácil de consegui-lo. Essa lógica vem da lei da oferta e demanda.

Com isso, economias mais desenvolvidas, que são mais produtivas. Ou seja, que sua oferta de produtos e serviços são abundantes.

E, suas moedas são fortes por questões econômicas estruturais, sofrem menos os efeitos da inflação e tendem a ter inflação menor ou até mesmo queda nos preços.

Logo, podem acabar “sofrendo” com a deflação. Os países da Europa e o Japão, são os exemplos mais claro dessas circunstâncias econômicas.

Inflação

Na deflação a oferta de bens e serviços que era abundante, por isso os bens e serviços eram mais baratos.

Dessa forma, se invertermos essa lógica, e criarmos um outro cenário hipotético, aonde a oferta de bens e serviços é reduzida.

E, a oferta de dinheiro é abundante, por consequência, esse dinheiro perde seu valor. Lembra da lei da oferta e da demanda? Sua lógica também é válida para o dinheiro.

Essas circunstâncias são mais comuns em países subdesenvolvidos, como os países da América Latina e África.

A inflação de preços pode acontecer em um cenário em que quantidade de dinheiro em circulação é maior que a quantidade de bens e serviços, sendo o Brasil o principal exemplo nesse artigo.

Nossa economia é pouco produtiva, e o governo está sempre emitindo dinheiro na economia para financiar suas obras de infraestrutura.

Com isso, as moedas do nosso país tendem a sofrer os efeitos negativos do desequilíbrio entre a quantidade de dinheiro em circulação e a quantidade de produtos/serviços.

No Brasil, houve diversas moedas destruídas por esse fenômeno econômico, sendo o Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo os exemplos, todas são moedas da década “perdida”.

Um governo pode sim aumentar a circulação de moeda. Se a produtividade de bens e serviços aumentar simultaneamente.

É provável que nessas circunstâncias não aconteça a inflação, pois na prática, não houve um desequilíbrio entre quantidade de dinheiro em circulação e produtos/serviços.

Na maioria das vezes, a inflação acaba acontecendo por causa desse desequilíbrio. E, a inflação não necessariamente é ruim, e a deflação não necessariamente é boa.

Qualquer um desses fenômenos pode ser prejudicial para a sociedade, se ocorrerem de forma excessiva e abrupta.

Portanto, o ideal para uma economia e ter esses fenômenos sobre controle, através da taxa de juros e da produtividade.

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