Quando estamos falando de investimentos, há três conceitos primordiais, rentabilidade, liquidez e risco.
Conhecendo-os, fica simples compreender todos os produtos, desde a renda fixa, até as complexidades da renda variável.
Na renda fixa, a rentabilidade é apresentada de duas formas, sendo elas a forma pós-fixada e prefixada.
Após uma explicação detalhada, ficará até intuitivo diferenciar as duas maneiras. A primeira dica é separar as primeiras sílabas, “pre” e “pós”, elas informam sobre a taxa.
Investimentos Prefixados
Nessa lógica, quando estamos falando de prefixados, significa que a taxa é fixada antes do prazo do investimento acontecer. Com isso, a taxa é fixada no momento da compra e fica vigente até o vencimento.
Exemplo, no Tesouro Direto é ofertado um título público chamado de Tesouro Prefixado, e caso você optar por investir nele, no momento do investimento a taxa será informada.
Na imagem acima tirada do site do Tesouro Direto, a taxa é 9,22 %, logo será essa sua taxa prefixada, no momento que você investir.
E, a taxa será válida até o vencimento do título (01/07/2024). Caso você resgate o dinheiro antes desse prazo, essa taxa não é válida, e você fica sujeito a marcação a mercado.
Portanto, você sabe exatamente qual será sua rentabilidade. Porém, essa taxa de 9,22% só é válida e fixada no momento da compra, como já dito.
Se o investidor for comprar esse mesmo título novamente, 1, 2 ou 6 meses depois, o título estará com outra taxa.
Dessa maneira, caso o investidor achar interessante essa nova taxa e investir seu dinheiro no Prefixado. Logo, ele terá uma segunda taxa prefixada.
Com isso, é fácil identificar investimentos prefixados, sempre vão apresentar uma única taxa, igual a imagem acima.
Ademais, além do Tesouro Prefixado, também existem outros investimentos que remuneram dessa forma, conforme imagem abaixo.
Como CDB´s (Certificados de Depósito Bancário), LC´s (Letra de Câmbio), LCA´s (Letra de Crédito do Agronegócio) e LCI´s (Letra de Crédito Imobiliária).
Investimentos Pós-fixados
Por conseguinte, quando estamos falando de pós-fixados, significa que a taxa é definida depois do prazo do investimento acontecer.
Mas a taxa continua sendo fixada no momento da compra e fica vigente até o vencimento.
Entretanto, é fixada através da porcentagem de uma taxa geral do mercado, sendo a taxa DI (CDI) a mais usada.
Segue abaixo os investimentos dessa modalidade e como eles são apresentados para o investidor.
Geralmente, as pessoas têm dificuldade para compreender como funciona essa forma de rentabilidade, por causa da porcentagem.
Porém, essa porcentagem é o fator que fixa sua rentabilidade. Como exemplo, vamos pegar o CDB Pós Paraná da imagem acima.
Sua rentabilidade é de 106 % do CDI (DI). O prazo é de 90 dias. Nessa lógica, vamos supor que você investiu 1000 reais nesse título do Paraná Banco.
No Prefixado é fácil saber sua rentabilidade, porém, como posso saber a rentabilidade desse pós-fixado do Paraná Banco?
É simples, como disse, você só saberá sua rentabilidade no final do período do investimento.
No exemplo desse CDB, você apenas vai saber sua rentabilidade após passar os 90 dias, e quando for resgatar seu dinheiro.
Como calcular a rentabilidade de investimentos pós-fixados
Logo, o que garante e fixa sua rentabilidade é o 106 %. Vamos aos cálculos para ficar mais visível e ilustrado. 106 % são iguais a 106 divido por 100.
O porcento (%) quer indicar que esse número está sendo divido por 100. O resulto desse cálculo é 1,06. Portanto, a rentabilidade de 106% do CDI pode ser expressa como 1,06 do CDI.
Entretanto, como disse, precisamos esperar 90 dias para saber o CDI ocorrido no período.
Podemos saber qual o CDI do momento através do site da bolsa de valores. Essa taxa de juros, fica próxima a taxa de juros mãe da economia, a SELIC.
No momento que escrevo, a Selic está em 11,75 % ao ano e a CDI (DI), está em 11,65 % ao ano.
Precisamos saber a taxa de 90 dias que é equivalente a 3 meses. Para concluir o exemplo, pegarei a taxa DI atual de 11,65 % ao ano e convertê-la para 3 meses.
Nesse cenário, não entrarei em detalhes sobre os cálculos. Mas, o resultado é uma taxa DI de 0,92 % ao mês, e, o equivalente dessa taxa do CDI em três meses seria 2,79 %.
Desse jeito, no exemplo, se você investir R$ 1000 nesse CDB Pós do Paraná Banco em janeiro de 2022, três meses depois sua rentabilidade será de 2,96 % em termos percentuais, equivalente a 106 % do CDI.
Com isso, sua rentabilidade é de 1,06 vezes 2,79 %, igualmente expresso em 1,06×0,0279, o resultado seria 2,96 %.
E, o equivalente em termos reais é de 1027,93, ou seja, R$ 27,93 de ganho. Porém, estou considerando que a taxa DI não foi alterada nesses 3 meses.
A poupança é Pós-fixada ou Prefixada?
A poupança é a aplicação financeira mais conhecida do Brasil, apesar de ter uma rentabilidade baixa, por consequência, acaba perdendo para a inflação com mais frequência que outros investimentos conservadores.
Por outro lado, as taxas Selic e a DI, geralmente estão acima da inflação, o motivo primordial de um investimento é superar a inflação.
Com isso, não acho a poupança interessante para guarda suas economias, sendo que existem alternativas tão seguras, e mais rentável.
Mas ela é Pós-fixada ou Prefixada? A resposta é, depende do quanto está a taxa Selic. Quando a taxa Selic é igual ou inferior a 8,5%.
A poupança paga 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR) que está zerada desde 2017. Com isso, a poupança acaba sendo uma aplicação pós-fixada.
Quando a taxa Selic é superior a 8,5%, a poupança paga 0,5% ao mês + a Taxa Referencial (TR). Entretanto, como já disse, a TR está zerada, isso torna a poupança prefixado, nessas circunstâncias.
Em qual devo investir, Pós-fixados ou Prefixados?
Por fim, após essa explicação conceito, acredito que a principal dúvida seja, “qual devo investir”?
Tenho duas respostas para essa pergunta, uma pessoal e outra profissional. Pessoalmente, acredito que você precisa ter um pouco das duas modalidades na sua carteira de investimentos.
Profissionalmente, depende do seu perfil de investidor e dos seus objetivos. Dessa maneira, A minha experiência é positivo com as duas modalidades, porque eu soube e sei usá-las muito bem.
Invisto em Prefixados quando as taxas de juros estão altas e opero na marcação a mercado, uso os pós-fixados para reserva de emergência, caixa e para aquele dinheiro que já tem um objetivo de curto prazo.
Em resumo, não invisto em renda fixa por períodos acima de 5 anos, prefiro ações e fundos de investimentos para o longo prazo.
Por outro lado, o ideal é seguir o seu perfil de investidor. Logo, como sou jovem, tenho um perfil de investidor que tende a assumir mais riscos.
Pois, caso ocorra algo de errado com meus investimentos, estatisticamente e teoricamente, tenho tempo de vida para recuperá-lo.
Por outro lado, investidores (as) com famílias ou com idades mais avançados precisam ser mais conservadores e ter investimentos mais líquidos, porque não podem correr tanto risco com o seu dinheiro.
Logo, uma parcela maior na carteira de pós-fixado seria mais ideal, junto a parcelas menores de prefixados.
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