Nos últimos anos, podemos constatar que o Real se desvalorizou muito em relação ao dólar, as causas disso são variadas.
Mas, é provável que essa tendência continue, dado que o Real é uma moeda de um país com diversas dificuldades estruturais. Por isso, é essencial falarmos sobre investir no exterior.
E, por outro lado, o Dólar, é uma das moedas mais sólidas do planeta, sendo o principal meio de troca e reserva de valor da economia global.
Nesse cenário, a tendência é que o Brasil e sua população fique mais pobre ao longo do tempo.
Uma forma simples de perceber isso é comparando o PIB do Brasil em dólar (linha azul) e em Real (linha laranja).
Veja bem, o PIB em dólar está caindo desde 2010, como o PIB, em resumo, é uma forma de mensurar a riqueza de uma país.
Nesse contexto, de queda do PIB brasileiro em dólar, o Brasil está ficando mais pobre ao longo do tempo.
O dólar, além de ser a principal reserva de valor e o principal meio de troca, também é a principal unidade de conta do mundo.
Ou seja, a forma mais adequada de olharmos nossa riqueza é em dólares. Nessas circunstâncias, essa lógica não seria válida para seus investimentos?
Logo, seu patrimônio ou pelo menos parte do seu patrimônio não deveria ser dolarizado? O Dólar como reserva de valor é um fato e um consenso, pelo menos por enquanto.
Portanto, por que não ter investimentos em dólares? Quando você dolariza parte do seu dinheiro, você não está só possuindo moeda forte, você está diversificando seus recursos.
Sendo assim, nesse artigo, mostrarei três forma de diversificar seu dinheiro e expor seu patrimônio ao dólar.
Investir no exterior indiretamente
A princípio, começaremos pelo Brasil, abrindo uma conta em uma corretora brasileira, podemos investir no exterior de forma indireta.
Então, essa forma indireta é através de fundos de investimentos no Brasil, como ETF´s ou recibos que representam ações de empresas, como BDR´S.
O nome B.D.R. é a abreviação de Brazilian Depositary Receipts, em tradução literal significa Recibos Depositários Brasileiros.
As BDR´s são uma representação de ações de empresas estrangeiras. Na prática, uma instituição financeira, chamada de instituição depositária compra ações de empresas em outro país.
E, na sequência, emite recibos de depósitos lastreados nessas ações de empresas sediadas em outros países.
Essa prática, seria semelhante a um cheque que representa uma quantia no banco. Logo, uma BDR representa uma quantidade de ações na instituição depositária.
Portanto, caso o investidor queira, ele pode trocar suas BDR´S por ações das empresas estrangeira desde que ele tenha uma conta em uma corretora correspondente ao país das ações.
Por isso, quando você compra BDR´s na bolsa de valores no Brasil, você está investindo de forma indireta no exterior.
Já que na prática seu dinheiro ainda está no Brasil e você não possuí as ações da determinada empresa estrangeira e sim o recibo da instituição depositária.
Sendo assim, caso você queira comprar BDR´s, todas as corretoras brasileiras terão esses papéis disponíveis em seus respectivos home brokers.
Se você ainda não sabe o que é Home Broker, sugiro o artigo Como negociar ações na bolsa de valores?
Investir no exterior Diretamente
Por conseguinte, comentarei sobre investir diretamente no exterior, agora seu dinheiro precisa ser enviado para fora do país.
Para depois, você escolher o ativo financeiro estrangeiro disponibilizado na plataforma da corretora internacional que você escolheu.
Nesse contexto, tudo é feito na plataforma da corretora, o câmbio e o investimento dos dólares, geralmente, essas funções são integradas no mesmo aplicativo.
Logo, você pode fazer tudo pelo celular ou computador, sem sair de casa, é realmente um procedimento simples de ser feito.
Além disso, há milhares de alternativas, os produtos preferidos pelos investidores são as stocks (ações de empresas), REIT´s (ações de empresas focadas em imóveis) e os ETF´s (Fundos de índices).
Mas, destaco os fundos de índices como a segunda forma de investir no mercado internacional, eles são muitos populares nos EUA, e, estão ficando populares no Brasil também.
Os fundos de índices é a categoria de fundos de investimentos mais simples e prática de se investir. Caso queira conhecer outras categoria de fundos, sugiro o artigo abaixo.
O melhor fundo de investimento
Esse tipo de fundo é mais conhecido pela abreviação em inglês de Exchange Traded Funds (E.T.F.).
Um ETF investe em uma determinada carteira teórica de ações, as carteiras teóricas de ações de empresas formam um índice de determinado mercado.
Fundos de índice (ETF´s) para investir no exterior
Como por exemplo, a carteira teórica mais conhecida do Brasil, é a carteira teórico que compõe o índice BOVESPA.
BOVESPA faz parte do antigo nome da Bolsa de Valores de São Paulo, BM&fBOVESPA, hoje, renomeada como B3.
Assim sendo, o índice BOVESPA compõe as principais ações de empresas da Bolsa de Valores de São Paulo. Segue o gráfico do IBOVESPA abaixo:
Nessa lógica, um ETF do BOVESPA irá investir nas ações que compõe esse índice.
Portanto, é uma forma prática e generalizada de investir em ações, sem necessidade de estudo detalhado de cada empresa que compõe o índice.
Nos EUA há diversos índices, como DOW JONES, NASDAQ, S&P 500. Sendo assim, há diversos ETF´s que investem nas empresas que compõe determinado índice.
Um dos ETF´s mais conhecidos dos Estados Unidos, é o IVV, ele investe na carteira teórico do S&P 500. Logo, é uma das formas mais simples de investir no exterior.
S&P 500 é abreviação de Standard & Poor’s 500, trata-se de um índice composto pelas quinhentas maiores empresas das bolsas NYSE e NASDAQ.
Na B3, também temos o ETF IVVB11, é um ETF do Brasil que replica o ETF IVV dos EUA. Segue gráfico abaixo.
A diferença básica entre eles é que no IVV (azul) você precisa fazer o câmbio, transformando seu dinheiro em dólar para poder comprar suas cotas em uma plataforma de uma corretora estrangeira.
Enquanto, o IVVB11 (laranja) é um ETF brasileiro, logo, você não precisa transformar seu dinheiro em dólar e nem de abrir cota em uma corretora estrangeira para investir nele.
Além disso, no IVVB11 você está investindo no exterior de forma indireta, e no IVV você investirá de forma direta.
Claro que há outras diferenças entre os dois ETF´s, como custos e variação cambial, como podem ver, a variação cambial é refletida no gráfico.
STOCKS (Ações de empresas)
Por isso, parece que o IVVB11 se valoriza mais que o IVV, mas, não irei me aprofundar nesse aspecto nesse artigo.
Na sequência, a terceira forma de investir diretamente no exterior, além de ETF´s, é através das ações das empresas que são sediadas no exterior.
Ao abrir uma conta em uma corretora estrangeira, você terá acesso as ações de empresas como Apple, Microsoft, Google, Disney, Netflix e outras empresas dos EUA e até de empresas de outras partes do mundo, como Europa, dependendo da corretora estrangeira.
Entretanto, ao investir em ações no exterior, você pode esbarrar em vários empecilhos, como idioma e conhecimento técnico.
Nesse contexto, se você não sabe inglês, fica dependente da plataforma ter o suporte em português.
E, além disso, fica mais difícil acompanhar as empresas, já que a maiorias das notícias e informações financeiras sobre as empresas serão em inglês.
Mas, ressalto que não saber inglês não é um impeditivo e não precisa ter um inglês fluente também, só acho que uma noção de inglês facilitará bastante sua vida ao investir no exterior.
Quanto custa investir no exterior?
Por fim, algo que é importante discorrer, além de destacar as BDR´s, ETF´s e as stocks, são os custos sobre eles. Dessa maneira, temos três custos relevantes.
Um deles não há como fugir, sendo o imposto sobre operações financeiros, mais conhecido como IOF.
Esse imposto é uma taxa cobrada de você no momento de enviar o dinheiro para sua conta internacional.
Como disse, não há como fugir, todas as instituições financeiras vão cobrar esse imposto, o percentual cobrado é 0,38%.
Ou seja, se você quiser enviar 100 reais para o exterior, 0,38 centavos ficam com o Estado do Brasil.
O outro custo, seria a corretagem, a boa notícia é que é possível evitar pagar a taxa de corretagem, mas, já aviso que isenção de taxa de corretagem não é um prática internacional, igual é no Brasil.
Porém, é possível achar corretoras internacionais com taxas de corretagem isenta, são poucas, mas existem.
A último e terceiro custo, é restritos aos ETF´s ou qualquer outro fundo de investimento, seja ele nacional, norte americano ou internacional.
Esse custo é chamado de taxa de administração, é super comum na indústria. Nesse cenário, os ETF´s também se destacam de outros tipos de fundos.
Pois, eles possuem as menores taxa de administração da indústria de fundos de investimentos.
Dessa forma, se você chegou até aqui, obrigado pela atenção espero ter contribuído com informações úteis para você.
Se você ficou com dúvidas sobre o assunto, fique à vontade para pergunta nos comentários, estou sempre atento para responder o mais rápido possível e ficarei feliz em ajudar.