Vale a pena investir em cannabis?

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Imagem : Freepik

O objetivo primordial de um investimento é proteger seu dinheiro da inflação. Como já disse em diversos artigos, ela é nossa maior inimiga.

Em segundo lugar, podemos pensar em estratégias de multiplicação de capital. Ou seja, multiplicar seu dinheiro o máximo de vezes possível.

Uma das estratégias de multiplicação de capital e que podem otimizar seus lucros, é o investimento em “crescimento”.

Nessa lógica, investir em crescimento é aplicar seu dinheiro em empresas que estão em fase de crescimento e/ou inseridas em setores em crescimento.

Como por exemplo, o setor de cannabis (maconha). E, calma, não vou fazer apologia a drogas, mas fique à vontade para criticar, é para isso que temos o campo de comentários.

No entanto, antes de criticar leia o texto todo. No final de 2020, a Comissão de Drogas Narcóticas das Nações Unidas aprovou a reclassificação da maconha.

Para um patamar que inclui substâncias consideradas menos perigosas segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Anteriormente, a cannabis era classificada ao lado de drogas como heroína ou cocaína.

Por outro lado, países como Canada, Uruguai, México, e Parte dos Estados Unidos, já tinha legalizado a cannabis havia anos.

Tanto para uso medicinal, quanto para uso recreativo. No caso no Brasil, é permitido o uso do produto apenas para fins medicinais.

Para que serve a cannabis?

Mas, afinal, o que significa uso medicinal ou uso recreativo?

O uso recreativo é quando a substância é usada com frequência esporádica, em situações de lazer e entretenimento.

Por outro lado, a utilidade medicinal é intuitiva. Logo, algumas substâncias da planta podem ser usadas como relaxante muscular, anti-inflamatório, analgésico e diversas outras coisas.

Sendo específico, não é a planta por completo que possui esses benefícios. E, sim, substâncias dela que podem ser usadas para esses objetivos.

Os principais compostos são canabidiol (CBD), elemento da cannabis com propriedades analgésicas e relaxantes.

E, o tetra-hidrocanabidiol (THC), a substância psicótica da maconha. Outro detalhe, é que apesar de usarmos as palavras maconha e cannabis, como sinônimos.

Na verdade, elas são plantas distintas. Sendo a maconha originaria da cannabis, ou seja, é como se a cannabis fosse a “mãe” dessa história.

A descoberta desses compostos não é recente, há décadas pesquisadores da planta já sabiam do THC e do CBD.

No entanto, a repulsa cultural pela planta foi crescendo mais rápido do que a disseminação das descobertas da sua utilidade.

Atualmente, estamos vivenciando uma onda de legalização desse produto. Tanto para fins medicinais, quanto para recreativos.

Os países estão interessados na legalização da planta, porque, segundo a Prohibition Partners (Empresa especializada em análise da dados do setor de cannabis).

Em 2021, a estimativa global de vendas de cannabis para uso médico e recreativo foi de US$ 37 bilhões.

Nesse cenário, EUA, Reino Unido, Canada e Uruguai estão mais bem posicionados para faturar essa fatia.

Mas outros países, como Alemanha e Austrália também querem entrar nessa briga. Essa popularização da planta não é só por causa das suas propriedades terapêuticas.

Onde a cannabis está sendo usada?

Além de deixar as pessoas leves, o produto também tem milhares de outras utilidades. E, pode gerar inovações em setores tradicionais.

Como os setores de alimentação, bebidas, cosméticos, agricultura e têxtil. Começando pelo setor de alimentação.

As substâncias THC e CBD, podem ser consumidas junto de outros alimentos, como bolinhos, bebidas e chocolate. Além desse setor, temos um bom exemplo no setor de bebidas.

A Constellation Brands (STZ), grupo que fabrica a cerveja Corona e um dos maiores players do mercado de bebidas, suas ações são negociadas da bolsa de valores de New York (NYSE), segue gráfico das ações abaixo.

Gráfico das ações da Constallation Brandes
Imagem: Tradingview

Ela, uma das maiores fabricantes de cerveja do mundo, comprou 38 % de uma das maiores empresas produtora de cannabis medicinal, a Canopy Growth.

Ou seja, não se espante se em algum momento você assistir um comercial de cerveja do sabor cannabis.

A lógica econômica por trás do crescimento

Nesse contexto, o que tudo isso tem a ver com investimentos Mauro? Em economia, temos algumas leis fundamentais.

Uma delas, são as leis da oferta e da demanda (procura), e na lei da demanda quanto maior a procura por um “produto ou serviço’, mais seu preço aumenta.

Nessa lógica, é exatamente isso que está acontecendo com a maconha, pois, os estudos científicos descobriram diversos usos para essa planta.

Logo, grandes empresas vão enxergar oportunidades de negócios nessas descobertas. E, a legalização do produto, facilita o desenvolvimento desses negócios.

Nessas circunstâncias, o valor e a utilidade da cannabis é elevada, ou seja, a demanda pela planta pode aumentar.

Portanto, todos as empresas envolvidas com essa mercadoria acabam lucrando mais e mais com o amadurecimento desse setor.

Todas a empresas que são grandes hoje passaram por isso. É só olhar ao seu redor, 15 anos atrás, não existia Iphone (Apple), Rede Socias (Instagram), Streaming (Netflix).

Essas empresas são grandes hoje, porque existe demanda para os produtos e serviços dela. Se há demanda, há oportunidade de lucrar.

Com isso, quero deixar claro que não estou falando de uso exclusivo da planta como alucinógenas, essa utilidade, por enquanto, beneficia só o tráfico de drogas e a criminalidade.

Com os compostos desse vegetal, é possível fazer tecidos com propriedades, naturalmente antibacteriana, biodegradável e hipoalergênica.

Além do setor têxtil, o vegetal pode ser usado para fabricar cosméticos, a própria Natura (NTCO3) já tem produtos com substâncias de cannabis.

Consegue compreender a demanda potencial que essa planta possui? Entendi Mauro, demanda, é igual a consumo, que é igual a compras.

Portanto, as empresas que venderem esses produtos relacionados a cannabis, podem lucrar mais com essa onda de legalização e industrialização da maconha.

Como Investir em cannabis?

Entretanto, qual é a melhor forma de investir nesse segmento? Vale mesmo a pena?

A três formas de investir nela, a primeira é através de fundos de investimentos brasileiros, como Trend Cannabis e Vitreo Cannabis (gráfico das cotações abaixo).

gráfico das cotações de Fundos de Cannabis
Imagem: Comparando Fundos

A segunda seria através de ETF´S (Fundos de Índices) do exterior, como o MJ (Azul) e o YOLO (laranja). Segue gráfico das cotações abaixo.

Gráficos dos ETF´S MJ e YOLO
Imagem: Tradingview

E a terceira forma seria comprando as ações das empresas que fabricam e desenvolvem produtos relacionados a maconha.

Como exemplo, demonstro abaixo a cotação das empresas Canopy Growth (CGC) e Tilray (TLRY).

Gráficos das ações Canopy e Tilray
Imagem: Tradingview

Ao analisar os gráficos, podemos chegar a duas conclusões, a primeira é que todos os ativos têm uma volatilidade elevada.

E, a segunda é que todos esses ativos financeiros estão em queda livre desde o início de 2021, portanto, podemos constatar que investir nesse setor não vale a pena?

A resposta é “não”, apenas com esses dados, não podemos tirar esse tipo de conclusão, a melhor resposta sobre se vale ou não vale a pena, é, “depende”.

Porque diversos investimentos que foram extremamente lucrativos, como Bitcoin, Amazon, Banco Inter, Cogna, podem passar por momentos de dificuldade.

O ponto é, você tem estomago e paciência para investir em “crescimento”. Esse tipo de investimento tem um risco elevado, por conta do nível de risco, a recompensa pode ser alta.

O conceito de volatilidade nos investimentos é sinônimo de variação de preço, quanto maior a variação de preços (volatilidade), maior o risco.

Esse é um dos motivos dos investimentos de renda fixa serem mais seguros do que de renda variável. Como o segmento de cannabis é um setor em crescimento, ele acaba sendo mais volátil.

Logo, sendo mais arriscado, portanto, “pode ser” mais lucrativo. Mas não significa que “vai ser lucrativo”, é algo incerto, e essa incerteza só pode ser reduzida através de informação e planejamento.

Porque os ativos relacionados a cannabis estão em queda livre?

Quando estamos cogitando investir nessa indústria da cannabis, há diversos riscos que precisamos considerar.

Um deles está relacionado ao tabu cultural envolvido no assunto sobre essa planta, e o segunda séria o risco legislativo.

Desse jeito, as leis que têm o poder de fazer essa indústria avançar podem não ser aprovadas ou a aprovação pode demorar anos.

Assim sendo, como já dito, existe uma incerteza na indústria, já que a legalização da cannabis depende do viés dos políticos que estão analisando o projeto de lei para legalização.

Por exemplo, se a base eleitoral dos políticos que estão analisando o projeto de lei da maconha for uma base conservadora.

Será que ele vai correr o risco de perde eleitores aprovando o projeto? Por isso, superar o “tabu” cultura é importante.

Às vezes, o projeto de lei pode passar com tranquilidade. Entretanto, pode ser alterado de uma forma que prejudique o setor e não contribua para o seu crescimento, isso aconteceu no Brasil.

A forma que a cannabis foi legalizada para uso medicinais no Brasil acabou encarecendo o produto. Ou seja, não é algo acessível para maioria por causa do preço.

Nessa lógica, é exatamente, por isso que os ativos financeiros da indústria da cannabis são tão voláteis (arriscados) e caíram tanto nos últimos meses.

Conclusão

Em resumo, portanto, vale a pena investir em cannabis, a resposta é depende do seu perfil de investidor, você está disposto a esperar 5, 10 ou 15 anos para o setor decolar?

Você está disposto a passar por essa volatilidade, vai conseguir dormir? Você está disposto a estudar as empresas? E se o segmento não decolar, você ficaria tranquilo ao saber que perdeu dinheiro?

Sua carteira de investimentos está diversificada o suficiente para cobrir essa perda? Caso você esteja disposto a esperar esse tempo e passar por essa volatilidade.

Mas não quer ou não tem tempo para estudar, talvez um fundo de investimento seria a melhor escolha para seu perfil de investidor, já que via fundos é mais fácil e mais simples.

Investir para proteger o dinheiro da inflação é simples, qualquer pessoa pode fazer isso.

No entanto, multiplicar seu dinheiro, já é algo mais trabalhoso e exige um certo conhecimento e tempo, ou até mesmo ajuda de um profissional.

Lembrando, estou apenas apresentando o segmento e os ativos relacionados a ele, não se trata de nenhum tipo de recomendação de investimentos.

Com isso, espero que as informações estejam claras, o conteúdo desse artigo é mais denso, com mais conceitos e mais complexo que outros já postados por aqui.

Nesse sentido, caso tenha dúvida comente abaixo, ficaria feliz em tirar suas dúvidas, se gostou compartilhe o artigo.

Quanto mais pessoas lerem, mais informações como essa vou trazer para vocês!

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