Juros, é um conceito simples e fácil de compreender. A palavra deriva de “jus” do latim, que significar “direito” e/ou “justiça”.
Além disso, no período da idade média, os juros não podiam ser cobrados e eram visto pela igreja como algo negativo.
Com o desenvolvimento do comercio e do capitalismo, os juros passou a ser visto como um tipo de “prêmio” para quem emprestava dinheiro.
Já que a pessoa que está emprestando dinheiro, corre o risco do calote, ou seja, o risco de não ser paga no futuro.
Logo, ela merece um prêmio como estímulo para correr esse risco, sendo esse estímulo, o ganho de juros.
Outro jeito de enxergar os juros, é em forma de aluguel, sendo ele o aluguel do dinheiro. É um conceito simples, não acha?
Você pega dinheiro emprestado, quem empresta para você, ganha os juros em troca. E, você compra o que deseja, já que sem o dinheiro emprestado, talvez você não conseguisse comprar.
Com isso, acredito que o conceito de juros tenha ficado claro. Mas agora você deve estar se pergunta, “quem define o aluguel do dinheiro?”
Ou seja, quem define os juros. E, a resposta é simples novamente, se o aluguel de uma casa é definido pelo dono, o aluguel do dinheiro também será definido pelo dono do dinheiro.
O Banco Central do Brasil (BCB) é a principal instituição financeira do país, sendo mais conhecido como bancos de todos os bancos.
Ele é responsável por emitir o papel-moeda do Brasil, o Real. Portanto, essa instituição também é responsável por definir os juros na economia brasileira.
A taxa de juros Selic
Assim sendo, a taxa básica de juros da economia no Brasil, é a taxa SELIC. O nome SELIC é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Esse sistema, está sob a responsabilidade do BCB, e é usado para negociação de títulos públicos federais entre o próprio Banco Central e as outras instituições financeiras.
A taxa de juros média dessas negociações, equivale a taxa de juros SELIC. Essa taxa também é conhecida como a taxa de juros mãe da economia.
Entretanto, um detalhe importante a ser destacado, só porque ela é a principal taxa de juros, não significa que ela é usada em todos os empréstimos e financiamentos do país.
Os bancos cobram juros acima da SELIC, sendo ela somente uma referência geral para toda a economia do Brasil.
Outra coisa interessante para comentar, é que a taxa de juros SELIC é diferente da Meta de juros SELIC no gráfico abaixo.
A taxa de juros SELIC é os juros que já ocorreu após o dia de negociação, ou seja, é a taxa efetiva, mais conhecida como Taxa Selic Overnight.
Distintamente da meta de juros SELIC que é definida de 45 em 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do BCB, a SELIC Meta, é um objetivo a ser seguido.
Nessa lógica, também podemos compreender por que a renda fixa é previsível, apesar da queda em 2018 e 2019, a SELIC não é uma taxa que vai ter variações abruptas.
E a meta da taxa Selic normalmente é previsível, pois, o Banco Central está sempre atualizando suas projeções através do boletim focus que é divulgado todas as segundas-feiras.
Como a taxa SELIC influência a economia?
A taxa SELIC tem efeitos em cadeia em toda a economia. Sua principal função além de precificar o dinheiro, é ser uma ferramenta de controle da inflação.
Logo, é fácil compreender os movimentos dessa taxa de juros nos ciclos da economia, quando estamos em um período em que a inflação está alta, a taxa de juros tende a ser alta também.
O que é inflação e por que ela acontece?
Nesse antigo, anteriormente disse que “não é só porque a SELIC é a principal taxa de juros, que ela será usada em todos os empréstimos e financiamentos do país.
Sendo assim, ela somente é uma referência geral para toda a economia do Brasil”. Nesse viés, o que exatamente significa ser “referência geral”, o que quis dizer com isso?
A taxa de juros como termômetro da economia
Simplesmente, quando a SELIC sobe, todas as taxas de juros tendem a subir junto, as taxas dos cartões de créditos, taxas de financiamentos, empréstimos, taxa DI e diversas outras.
Mas não sobem na mesma proporção, ou no mesmo momento, no entanto, elas tendem a subir.
E, essa forma de pensar também vale, quando a SELIC cai, todas as taxas tendem a cair junto.
Esse fenômeno, está diretamente associado a quantidade de dinheiro em circulação na economia.
Em resumo, quando a principal taxa de juros está baixa, as pessoas e empresas acabam pegando mais dinheiro emprestado, justamente porque ele está barato, ou seja, o aluguel do dinheiro está barato.
Nessa lógica, as pessoas e empresas tendem a consumir mais, isso significa que a demanda geral da economia está aumentando, essa situação pode gerar inflação.
Nessas circunstâncias, os economistas dizem que a economia está aquecida. Por consequência, o Banco Central, sobe a SELIC para controlar a inflação e reduzir a quantidade de dinheiro em circulação para esfriar a economia.
Com os juros mais altos, as pessoas e empresas tomam menos dinheiro emprestado, e acabam consumindo menos, essas circunstâncias, pode gerar deflação, a queda dos preços.
Podem reparar que no gráfico acima, a SELIC funciona em forma de ondas que são chamadas de ciclos econômicos.
Esse comportamento no gráfico é reflexo desse movimento da subida e descida da taxa de juros mãe da economia.
A influência da taxa de juros no dia a dia
Com isso, acredito que tenha ficado claro o quanto a taxa de juros SELIC é importante.
Uma observação interessante a ser feita. É, que em períodos de taxa de juros baixa, é interessante para pessoas que sonham ou precisam comprar imóveis, ou financiar carros.
Já que provavelmente os juros a serem pagos são menores. Deixando claro que na maioria das vezes o ideal é sempre pagar à vista.
No entanto, não é a realidade do brasileiro, infelizmente a massa da população ainda não tem essas condições.
Portanto, umas das formas mais rápidas de realizar esses objetivos é através de financiamentos.
Nessas circunstâncias, saber economia básica, pode te livrar de assumir dívidas, com taxas de juros elevadas.
Foi muito esclarecedor, parabéns!
Muito obrigado! 🙂
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Thanks you very much!
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