Quando o assunto é investimento, a primeira coisa que muita gente pergunta é: “Como está a taxa de juros SELIC?” E não é para menos. Em setembro de 2025, o Copom decidiu manter a taxa SELIC em altíssimos 15% ao ano.
É a maior marca em quase duas décadas, e os impactos dessa decisão reverberam por toda a economia, dos financiamentos à renda fixa, passando pelo consumo e até mesmo pela bolsa de valores.
O que é a SELIC e por que ela mexe tanto com a economia brasileira?
A SELIC, em poucas palavras, é a taxa básica de juros do Brasil. Ela serve de referência para todas as outras taxas do mercado: empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e, claro, investimentos em renda fixa como Tesouro Direto e CDB.
Quem define seu valor é o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias para decidir se sobe, desce ou mantém a taxa. O principal objetivo? Controlar a inflação.
Como chegamos ao patamar de 15% de taxa de juros?
Depois de um ciclo de cortes iniciado em 2023, a maré virou totalmente. Desde 2024, a inflação insistiu em não ceder dentro das metas desejadas e, para segurar a alta dos preços e estabilizar expectativas, o Banco Central subiu os juros em sequências — chegando ao famigerado 15% em setembro de 2025, em um movimento visto como extremamente conservador e que dividiu opiniões entre economistas e o mercado.

De um lado, a inflação ainda resiste, pressionada pelo câmbio, preços de commodities e um mercado de trabalho aquecido. Do outro, manter a SELIC nesse patamar dificulta a vida de quem precisa de crédito e inibe a atividade econômica.
Os lados positivos: quem ganha com a taxa de juros SELIC alta?
– Investidores de renda fixa — principalmente quem aplica em pós-fixados atrelados à SELIC, CDBs, LCIs/LCAs e Tesouro Selic — estão rindo à toa. A rentabilidade disparou, batendo qualquer poupança ou até mesmo alguns fundos mais arriscados.
– O Real se fortalece: juros altos são um convite para o capital estrangeiro, atraindo investidores que buscam maiores retornos, o que ajuda na contenção do dólar.
– Controle da inflação: em teoria, juros mais altos reduzem o consumo e o crédito, ajudando a segurar a inflação. E esse é um dos argumentos principais para o patamar elevado atual.
Os pontos negativos: quem perde com a SELIC nas alturas?
Primeiro, os investidores de renda fixa — principalmente quem aplica em pós-fixados atrelados à SELIC, CDBs, LCIs/LCAs e Tesouro Selic — estão rindo à toa. A rentabilidade disparou, batendo qualquer poupança ou até mesmo alguns fundos mais arriscados.
Segundo o Real se fortalece: juros altos são um convite para o capital estrangeiro, atraindo investidores que buscam maiores retornos, o que ajuda na contenção do dólar.
Por fim, controle da inflação: em teoria, juros mais altos reduzem o consumo e o crédito, ajudando a segurar a inflação. E esse é um dos argumentos principais para o patamar elevado atual.
Os pontos negativos: quem perde com a SELIC nas alturas?
A princípio, o preço alto para o consumidor: Financiamentos, empréstimos, rotativo do cartão — tudo incrivelmente caro. Comprar um carro ou uma casa ficou quase impossível para boa parte dos brasileiros.
Além disso, as empresas pequenas e médias sofrem: Com custos de capital inchados, muitos negócios adiam planos de expansão ou até reduzem investimentos em produção e inovação.
Risco de travar o crescimento: Manter a economia “no freio” por tanto tempo pode inibir o desenvolvimento do país a médio e longo prazo, elevando o desemprego e dificultando a retomada.
Dessa forma, o consumo desacelera. Isso começa a ser sentido no varejo, na indústria e, por consequência, chega também ao PIB brasileiro, que vem crescendo a passos lentos.
E para quem investe em renda variável?
A bolsa, em geral, não gosta de juros altos. Empresas que dependem de financiamento veem seu lucro diminuindo, e o investidor acaba migrando para a renda fixa, que está pagando — e bem — sem assumir riscos. O resultado: desvalorização de ações, em especial setores como varejo, construção civil e consumo cíclico.
Como negociar ações na bolsa de valores?
Juro alto: existe luz no fim do túnel?
O próprio Banco Central já sinalizou que o aperto pode parar por aqui — mas não há garantias.
A cada relatório Focus, o mercado segue projetando SELIC em 15% até o fim de 2025, o que mostra forte consenso de que o ciclo de alta está próximo do fim, mas ainda não há espaço para cortes.
Por enquanto, o desafio é monitorar a inflação, o câmbio e o consumo para decidir os próximos passos.
O que segura o corte imediato dos juros é, principalmente, a inflação ainda teimando em ficar acima da meta e a volatilidade externa (incluindo cenário internacional instável e movimentos de juros em países desenvolvidos).
O que fazer agora? Recomendações para investidores
Com SELIC em 15%, a dica é simples: renda fixa manda no pedaço. Tesouro Selic, CDBs de bancos médios, LCI e LCA são as estrelas do momento para quem busca liquidez, segurança e bons retornos.
Já quem aposta na bolsa precisa ter paciência e foco em empresas de setores resilientes, que possam atravessar momentos de juros altos sem comprometer tanto o lucro.
Como empresas do setor bancário, seguros, energia elétrica, saneamento e telecomunicações.
Taxa SELIC alta — ajuste justo ou exagero?
A atual taxa SELIC é um reflexo do eterno dilema brasileiro: combater a inflação, mesmo que isso signifique travar o crescimento econômico e sacrificar o consumo e o acesso ao crédito.
O cenário favorece o investidor conservador e prejudica quem quer empreender ou consumir com financiamento.
O desafio é enorme e, em algum momento, será preciso encontrar o equilíbrio entre controlar preços e incentivar a retomada robusta da economia.
No fim das contas, o resultado já vemos no bolso e nos boletos. O momento é de cautela: investir com segurança, evitar dívidas e acompanhar, de perto, os próximos capítulos desse novo ciclo de juros altos.
E aí, qual sua aposta para a próxima decisão do COPOM?
Como a taxa de juros Selic influência a economia do Brasil??