Como um estudante de economia, acho esse artigo muito necessário. Já que as pessoas vivem generalizando o conceito de economia, e até subestimando sua importância.
Ou então, comparando a outras ciências, como a contabilidade. Em senso comum, economia, é bastante reduzida ao ato de gastar menos dinheiro.
Essa definição é muito rasa, porém fácil de entender, sendo assim, mais fácil de se popularizar. No entanto, a palavra em si, como qualquer outra, tem um sentido mais profundo e distinto do atribuído em senso comum.
A palavra “economia” deriva da junção dos vocábulos gregos, “oikos”, que significa comunidade, casa ou lar e “nomos” que pode significar, costume, regra ou lei.
Logo, esse conjunto de palavras pode gerar o sentido de regras ou administração da comunidade.
Nesse sentido, a origem e significado da palavra é simples. Mas administrar uma casa, se resume em gastar menos?
A resposta é “não”. Administrar uma casa é “utilizar os recursos nela de forma mais eficiente possível”.
De acordo com isso, reflita, se você comprar alimentos demais, corre o risco de eles vencer.
Porque, dependendo da quantidade de pessoas na casa, elas não vão conseguir comer tudo no prazo de validade.
Seguindo a lógica acima, meus pais, uma vez, compraram muitos pães para o café da manhã.
Desse jeito, mesmo comendo pão diversos dias no café da manhã, nós não conseguimos acabar com os pães antes deles mofarem.
Por consequência, tivemos que jogar o pão fora. Por outro lado, se meu pai tivesse comprado pouco pães, com o intuito de gastar menos, poderia faltar pão para o café da manhã. Compreende agora?
Economia x Contabilidade e Administração
Economia não é sobre gastar ou usar menos, é sobre gerir os recursos de forma “eficiente”.
Nessa lógica, acredito que foi fácil de imagina esse exemplo do pão, tenta imaginar esse contexto para um país inteiro com milhões de pessoas.
Difícil imagina, não acha? Faz mais esforço, porque em um país, as pessoas não comem só pão.
Elas comem diversos tipos de alimentos, precisam de roupas, equipamentos, será que é possível gerencia com eficiência tantos recursos assim?
Esse é o desafio da ciência econômica, responsável por estudar o funcionamento da economia.
Assim sendo, só para mostrar a complexidade de alocar recursos, apresentarei uma das maiores problemáticas que vivemos hoje.
Acredito que não seja novidade para ninguém que pessoas morrem de fome a todo momento.
Nesse cenário, de acordo com a Oxfam (Uma das maiores org. do mundo) existem estimativas que a cada 1 minuto morre de fome 11 pessoas.
Em paralelo dessa realidade, em média, cada brasileiro desperdiça 41,6 kg de alimentos por ano.
Logo, podemos concluir que a economia brasileira parece meus pais. Brincadeiras a parte, a problemática acima é o exemplo mais puro de como é extremamente difícil alocar recursos de forma eficiente.
O que diferencia a disciplina de economia
Portanto, essa definição mais precisa de economia, a gerência de recursos escassos necessários a sobrevivência humana.
Quando cito “alocação de recursos” quero dizer, desde a produção e distribuição deles, até o comercio. Além de incluir como recursos, as pessoas, o dinheiro e os serviços.
Isso é o que diferencia a ciência econômica de outras ciências e cursos, como administração de empresas e contabilidade.
A ciência contábil estuda as demonstrações financeiras, como balanço patrimonial, DRE etc.
Como fazer uma análise financeira de um negócio?
A administração envolve todos os elementos que englobam uma empresa. Como seus departamentos básicos, financeiro, marketing, logísticas etc.
Dessa forma, na administração, também é necessário estudar um pouco de contabilidade e economia. Mas focado no aspecto empresarial.
O papel da guerra na economia
Caso você já tenha lido outros artigos desse site, provavelmente você leu em algum deles que a “guerra” é uma forma de alocar recursos.
Sendo assim, a guerra é uma forma de relação econômica. Nessa lógica, o principal aspecto que motivou guerras ao longo da história.
Além do ego e ambição de reis, foi a busca por recursos, como alimentos, água, terra férteis e pedras preciosas.
A guerra, por milênios da nossa história foi o principal mecanismo da alocação de recursos.
Um bom exemplo, seria a era Viking, que aconteceu entre 800 e 1050 d.C. Os Vikings saíram da região da Escandinávia, região fria, sem terras férteis, onde os grãos tinham dificuldade para crescer.
E, começaram a invadir a Inglaterra, onde tinha terra fértil e clima mais agradável para agricultura.
A economia antes do capitalismo
Outro bom exemplo, é a “expansão marítima” iniciada em 1500 pelo império português e espanhol.
Nesse contexto, os europeus, exploraram, invadiram e roubaram o máximo de recursos naturais que puderam na Americana Latina.
Além de pegarem nossos recursos minerais a força, mataram e escravizaram os recursos humanos que contia nessa terra que hoje chamamos de Brasil.
Ademais, um debate intenso na ciência economia, é qual seria a melhor forma de alocar os recursos? Seria pelo Estado? Ou deixamos as leis da oferta e demanda ditarem as regras?
Até hoje, não existem um consenso sobre isso. Mas, existem economias prosperas com menos participação do Estado.
E, por outro lado, também existem economias prosperas com muita participação e regulação do Estado.
Particularmente, acredito que essa é a menor problemática da ciência econômica. Nesse sentido, há centenas de países no planeta, cada um com cultura, clima, terra e pessoas diferentes.
É extremamente difícil consolidar generalizações dentro da ciência econômica. Ela está sempre se transformando, assim como a sociedade e os seres humanos.
Como a economia é estudada
O pensamento econômico já era pauta na Grécia antiga, nos debates de Sócrates, Aristóteles e Platão.
Entretanto, não era um conceito formado ainda, com o passar do tempo e a contribuição de diversos pensadores que o conceito de economia foi se constituindo.
Posto isso, ao de decorrer dos séculos, houve centenas de linhas de pensamentos e teorias sobre o funcionamento da economia.
Entre elas, temos, os Fisiocratas, Liberalismo, Socialismo, Keynesianismo. Nessa lógica, cada escola de pensamento, interpreta o funcionamento da economia de forma diferente.
Assim sendo, algumas escolas consideram o aspecto “agrícola” mais importante na economia.
Outras escolas, vão afirmar que o Estado é o agente central da economia. Já outras vão dar mais ênfase no papel da oferta e da demanda.
Enfim, cada escola de pensamento é produto do seu contexto histórico e do local de origem.
Porém, ao longo do tempo, a economia foi ramificada entre macroeconomia e microeconomia.
Acredito que a compreensão dessa ramificação é intuitiva, sendo a Macroeconomia o ramo que analisa a economia de forma mais “ampla”.
Como a economia de um país ou até mesmo a economia internacional. Essa análise é feita através de indicadores, como o Produto Interno Bruto (PIB), inflação, Juros, taxas de câmbio e balança comercial.
Como a taxa de juros Selic influência a economia do Brasil??
Deste modo, além da macro, também temos a microeconomia. Essa ramificação analisa a economia em cenários mais reduzidos, como setores específicos, investigando a formação de preços neles, como o setor de energia elétrica, saneamento, e diversos outros.
A microeconomia também envolve muito a análise da tomada de decisões dos indivíduos e empresas.
Além disso, esse ramo, consegue abordar mais assuntos do que a macroeconomia, como questões sociais importantes, como diferenças salariais entre determinados grupos.