Como analisar qualquer investimento

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A palavra investir é genérica, logo a palavra investimento também passa a ser genérica. Mas genérica em qual sentido?

Um gasto ou uma aplicação de recursos que pode gerar um determinado benefício futuro, seria a definição da palavra investimento.

Partindo dessa definição, qualquer coisa que você aplique um determinado recurso e que gere um benefício futuro, é um investimento.

 Exemplo, você quer emagrecer, para isso, é necessário se alimentar melhor e fazer mais exercícios.

Nesse exemplo, se você comprar alimentos saudáveis e fazer exercícios, você fez um investimento, certo?

Aplico seus recursos, que eram tempo para fazer exercícios ou cozinha alimentos mais saudáveis.

Ou até mesmo dinheiro para comprar alimentos mais saudáveis ou para pagar a mensalidade da academia.

Nesse caso, tanto o “tempo”, quanto o “dinheiro”, foram os recursos utilizados e gastos para conquistar o benefício do emagrecimento e saúde.

E qual foi o benefício obtido, mais saúde e um peso adequado, certo? Logo, podemos compreender que cuidar da saúde também é um investimento.

Entretanto, o tipo de investimento que esse artigo vai abordar é, puramente financeiro.

No mundo dos investimentos sempre usamos três fundamentos básicos que serve analisar qualquer investimento financeiro.

E ouso dizer que, se você dominar completamente esses três fundamentos, investir vai ser algo fácil para você.

É fácil de converte em dinheiro?

A liquidez em finanças, é um conceito simples, porém muitas pessoas têm dificuldade de compreendê-la completamente.

Ela está associada facilidade de trocar um objeto por outro. É estranho pensar assim, não acho muito intuitivo.

Mas vamos lá, dando um spoiler, o objeto mais líquido da economia é o papel-moeda, ele detém a liquidez absoluta.

A parti desse spoiller, explicarei liquidez de outra forma. Líquido é tudo que for fácil de trocar por dinheiro.

Por outro lado, tudo aquilo que demoramos para trocar por dinheiro, não tem liquidez.

Vamos aos exemplos, João Rico viu um carro de 15 mil reais em uma concessionária de carros. Ele gostou do carro, e vai usar o dinheiro que ele economizou por 10 anos para comprá-lo.

 João chega na concessionária e compra o carro a vista, o vendedor aceita o dinheiro imediatamente. Após isso, 2 anos se passaram e João quer vender o carro.

Quanto tempo João demoraria para vender (trocar) o carro por uma quantia de dinheiro? Ou para trocar o carro por outra coisa, como uma moto? Difícil saber, não é? Pode demorar dias, meses, até anos.

Portanto, a parti desse exemplo, podemos concluir que o dinheiro é um objeto líquido e o carro não é um objeto líquido.

Simplesmente, porque eu consigo trocar o dinheiro a qualquer momento, por outro objetivo. Enquanto, trocar o carro, por dinheiro, ou por outra coisa, é mais difícil e mais demorado.

Boa Mauro, conseguir entender, mas o que a liquidez tem a ver com investimento?

E a resposta é, caso algo de errado, você vai precisar converter seus investimentos em dinheiro rapidamente. Logo, precisa ter investimentos líquidos.

Com isso, sempre que for investir em algo, pense! Será que consigo converte o investimento em dinheiro rápido?

Quanto vou ter de retorno no meu investimento?

O conhecimento desse conceito, vai te assegurar ótimas escolhas, a parti de agora!

O conceito de rentabilidade despensa detalhes. As pessoas já crescem conhecendo muito bem esse conceito.

Mesmo assim, há diversas coisas para serem explicadas sobre os tipos de rentabilidade que existe.

O tipo que rentabilidade que todo mundo conhece, é a rentabilidade bruta, simplesmente é aquele ganho que não há nenhum tipo de desconto ou taxa subtraído.

Como exemplo, podemos pensar no salário. Quando começamos a trabalhar com carteira assinada, temos os descontos, certo?

Dessa forma, você ganha seu salário bruto, e dele, é descontado, INSS, Vale Transporte, Vale Alimentação, convênios, e dependendo da empresa, pode haver mais ou menos descontos.

Após o desconto, você recebe seu salário líquido, certo? No mundo dos investimentos, também temos a rentabilidade liquida.

Infelizmente, existe custos e impostos que pagamos ao investir. Nessa lógica, ao subtrairmos os custos e impostos da rentabilidade bruta, temos a rentabilidade liquida.

Por fim, temos a rentabilidade real que, é esquecida por muitos. Ela pode ser calculada de diversas formas.

Nesse artigo, vou mostrar duas. É possível chegar à rentabilidade real, “subtraindo” um índice de inflação da rentabilidade Bruta. Se você não sabe o que é inflação, clique aqui.

Esse índice de inflação pode ser o IPCA, o INPC etc. A outra forma é subtraindo a inflação da rentabilidade liquida. Sinceramente, acho essa última forma mais precisa e realista.

tipos de rentabilidade
Imagem : Consciência de Investidor

Como analisar a rentabilidade dos meus investimentos?

O principal parâmetro de rentabilidade em uma economia, é a taxa de juros mãe dela. No Brasil, temos a taxa de juros SELIC.

Em resumo, e simplificando, um investimento tem que superar a taxa SELIC no mínimo. Caso contrário, esse investimento não compensa. Isso é válido para a renda Fixa e para a renda variável.

Se um investimento, seja ele feito no mercado financeiro ou em um negócio próprio.

Caso ele não gere um retorno maior que a taxa SELIC, será melhor você desistir desse investimento, é aplicar seu dinheiro no Tesouro Selic.

Só um lembrete, a poupança rende menos que o Tesouro Selic, essa é para aqueles que deixam seu dinheiro na poupança.

Quando você investe em ações de empresas na bolsa de valores, essa lógica também é válida. Como dito, isso também pode ser válido para renda variável.

Ao analisarmos empresas, verificamos um indicar de rentabilidade chamado ROE (Return On Equity em português Retorno sobre o patrimônio líquido).

Acredito que o nome do indicar seja autoexplicativo. Ele serve para calcular a rentabilidade da empresa em relação em patrimônio líquido.

É no patrimônio líquido, que está embutido o investimento dos donos da empresa. Dessa maneira, ao compararmos o ROE com a taxa SELIC.

 Podemos verificar se os donos dessa empresa estão tendo mais rentabilidade do que a taxa Selic.

Como citado, caso o ROE não superar a taxa de juros SELIC, compensaria para os donos dessa empresa, vende-la e aplicar o dinheiro no Tesouro Selic.

E, podemos usar diversos outros indicadores, como a TIR (Taxa Interna de Retorno) de um projeto qualquer.

Logo, comparamos a TIR com a Selic para sabermos se determinado projeto vale mesmo a pena.

Quais os riscos de um investimento?

Por último, temos que verificar quais são os riscos desse investimento.

O risco é o conceito mais amplo de todos abordados nesse artigo. Dessa forma, com certeza, esse tópico voltará em outro artigo de forma mais aprofundada.

Porque, em tudo na vida há risco, simplificando, viver é arriscado, então só o fato de você estar vivo, já te expõe a riscos.

Por isso, o risco é um conceito amplo. Se você for abordar o risco no cenário de um empreendedor ou empresário, os riscos vão ser diversos.

Começando com o risco de ele falir, o risco de um produto dele prejudicar o cliente, risco de o cliente não pagar, risco de ele não faturar o suficiente para pagar os empréstimos no banco.

Além disso, há os riscos jurídicos e econômicos do país. Como eleições, mudanças nas leis e nas taxas de juros, inflação etc.

Veja bem, empresas da bolsa de valores são negócios reais, liderados por empreendedores e empresários. Logo, a renda variável é exposta a todos esses riscos acima.

Nesse cenário, para ter compreensão mínima dos riscos em renda variável é necessário bastante leitura e estudo.

Já que renda variável não é uma modalidade de investimento tão simples, igual a modalidade de renda fixa.

Renda fixa e renda variável
Imagem : Consciência de Investidor

Os riscos de renda fixa são fáceis de mapear. Como por exemplo, o Risco de Calote também conhecido como risco de crédito.

O Fundo Garantir de Crédito (FGC) elimina esse risco. Se o banco falir e não pagar seus credores/Investidores, o FGC cobre o calote até R$ 250 mil.

Conclusão

Ou seja, o risco de crédito é eliminado até o valor mencionado, para aplicações como, poupança, CDB´s, LC’s, as LCI’s e as LCAs.

Por fim, esses foram os três conceitos fundamentais que te auxiliam na análise de qualquer investimento.

Comecem a reparar, a todo momento sempre precisamos olhar para a liquidez, a rentabilidade, e o risco.

A liquidez também está associada com o prazo do investimento também, pois, investimentos de renda fixa, com prazos longos (5, 8, 10 anos), são menos líquidos.

Além disso, o conceito de liquidez também pode entrar como risco. Sendo ele chamado de risco de liquidez.

Então, não fique surpreso, caso você ver um especialista ou autoridade no assunto de investimento, comentar sobre “risco de liquidez”.

Como dito, esses são os conceitos fundamentais de qualquer investimento financeiro.

Portanto, caso você quiser aprender a analisar seus investimentos por conta própria, sugiro você a começar por esses conceitos.

E por último, uma dica, jamais tome uma decisão de investimento baseada em apenas um ou dois indicadores.

Nesses exemplos, acabo resumindo o contexto a somente dois ou um indicador. Entretanto, uma análise financeira necessita de muito mais informação e indicadores.

Por fim, se você ainda tem dúvidas sobre o conteúdo, comente aí embaixo ou também pode me seguir no Instagram.

Estou sempre postando algumas coisas e estou aberto a tirar dúvida no direct também.

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