O universo é intrinsecamente desigual, e essa diferença que faz com que ele funcione, é como se fosse um quebra cabeça, onde cada peça cumpre o seu papel.
No planeta terra, não é diferente. Por causa dessas diferenças naturais, alguns seres vivos adquirem característica distintas de outras.
A sociedade humana acaba refletindo isso, e tem suas desigualdades, algumas são conservadas para o privilégio de poucos. Já outras são intrínsecas a ela, e provavelmente sempre existiram.
Uma delas é a diferença de recursos naturais, já que algumas regiões são mais abundantes em alimentos, água e vida.
Outras não tem essa benção, como por exemplo o deserto do Saara e a bacia do Amazonas. A primeira é “praticamente sem vida”, e a segunda é extremamente exuberante em recursos naturais.
Se seguirmos essa lógica, e voltarmos a 5.000 anos atrás, ou 10000 anos, os lugares que deram vida a civilizações ricas, são lugares abundantes em recursos naturais.
Nessa lógica, alguns exemplos para refrescar sua memória são, o rio tigres e Eufrates, a região do rio Nilo no Egito, os Maias, Astecas, Incas aqui na América Latina.
Logo, não é à toa que muitas dessas regiões foram invadidas e exploradas pelos Europeus. Ao longo da história humana a guerra era a principal forma de alocar recursos.
Sendo também, uma forma bastante utilizada pelos ingleses, espanhóis, Italianos, Alemães etc.
Dessa maneira, não é à toa que grande parte das riquezas do planeta acabaram se acumulando na Europa.
Com o tempo, a riqueza passou a ser representada pela quantidade de metais preciosos em posse de determinada nação.
Esse metal passou a ser representado por dinheiro, esse ponto é mais bem explicado nesse artigo “Dólar, por qual motivo essa moeda é tão importante”.
Por que emprestar dinheiro?
Por causa de todo esse contexto histórico do ser humano, alguns grupos acabaram acumulando mais riquezas que outros grupos.
Essas questões de como o dinheiro evoluiu são detalhadas pelo historiador de economia Niall Ferguson.
Ele tem um livro muito bom chamado “Ascenção do dinheiro” e tem um documentário desse livro gratuito e dublado no Youtube.
Dessa forma, explicarei de uma forma mais geral, a lógica e a origem por trás do mundo dos investimentos.
A lógica da diversificação nos investimentos
Continuando, as pessoas que tinham muito dinheiro, não poderiam deixar ele guardado ou em forma de uma única coisa, pois, era arriscado.
Por exemplo, se você tem muito dinheiro, não pode deixá-lo parado na conta de um único banco.
Porque existe dois riscos, o primeiro é que o banco pode quebrar e o segundo risco seria a inflação.
Caso queira compreender melhor a inflação, sugiro o artigo “O que é a inflação e por que ela acontece?”.
Mas em resumo, ela desvaloriza o dinheiro conforme o gráfico abaixo, 100 dólares depois de 108 anos passaram a valer menos de 4 dólares. Só o contexto acima, já envolve dois riscos distintos.
Mas além disso, você também não deve deixá-lo somente em ouro, ou em dólar, muito menos em real, ou somente investido no seu negócio, ou em uma casa.
O ouro é uma reserva de valor milenar, mas o seu preço, apesar de mais estável em comparação com outros metais, também varia.
Portanto não é aconselhável deixar sua riqueza somente em ouro, o dólar, pode perder o seu valor, assim como o real, diversas moedas já deixaram de existir.
E, Negócios podem quebrar, logo, ter somente uma empresa é arriscado, assim como ter só um emprego também.
É aquele velho ditado clichê, “jamais deixe seus ovos em apenas uma cesta”, porque seus ovos vão estar sujeitos a um único risco.
O prêmio daquele que corre risco dos investimentos
Nesse sentido, já que não é ideal deixar o dinheiro parado ou em um único lugar, vamos diversificá-lo emprestando-o para quem não tem.
E, na verdade, é ao contrário que isso começou, as pessoas que precisavam pediam dinheiro emprestado.
Com o tempo, a instituição mais bem posicionada para fazer isso era o banco, ele sabia quem tinha capacidade de oferta um empréstimo e quem demandava.
Mas isso também envolve risco, certo? Quem pegar o dinheiro emprestado pode não pagar, e é por isso que existe uma coisa chamada “juros”.
Se você leu outros artigos desse site, já deve ter percebido, que eu gosto de falar sobre as origens dos conceitos, a palavra juros deriva da palavra “jus” do latim que tem significado de “justiça” e “direito”.
Entretanto, por muito tempo, cobrar “juros” era considerado pecado, e a palavra “juros” era praticamente sinônimos de “usura”, palavra com sentido negativo, associado a ganância e exagero.
No entanto, com a ascensão do comercio e da economia de mercado, por volte dos séculos XV e XVI, a palavra juros ganhou um novo sentido.
Na lógica dos investimentos, os Juros têm que compensar os riscos. Ou seja, os juros devem ser maiores que a inflação do período, para compensar o risco inflacionário e ele também deve cobrir o risco de calote.
Com isso, os juros é uma espécie de prêmio de risco para quem tem investimentos e pode ser visto como um “aluguel”.
Emprestar, é um investimento
Mais um detalhe, a ilustração na imagem acima, descreve perfeitamente a renda fixa.
Portanto, o indivíduo superavitário, pode ser uma pessoa física comum, como eu e você, um fundo de investimentos, um outro banco de investimentos, até uma empresa ou governo.
E, o intermediário financeiro, pode ser um banco ou uma corretora, e o deficitário, pode ser uma pessoa física comum.
Como eu e você também, um outro banco (sim, bancos também podem e as vezes precisam pedir dinheiro emprestado), uma empresa e até mesmo o governo.
Em resumo, a lógica e a verdade por traz do mundo dos investimentos está bem ilustrada na imagem acima.
E isso é possibilitado e tem origem no processo de acumulação de riquezas que aconteceu de diversas formas, desde a guerra, comercio, até a exploração de outros povos e terras com riquezas minerais.
Com essa acumulação, alguns indivíduos ficaram superavitários, enquanto os outros deficitários.
Por conta de riscos inerente a vida, como inflação, desastres naturais e crises econômicas, os indivíduos superavitários estão sempre procurando formas de alocar o seu capital, com objetivo de protegê-lo e aumentá-lo.
E, o deficitário pode ter diversos objetivo, como, comercializar mercadorias, construir infraestruturas, abrir um negócio, financiar um imóvel ou carro.
Por isso ele busca mais dinheiro com o intermediário financeiro.